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27/09/2005
-
09h43
FÁBIO AMATO
da Agência Folha, em São José dos Campos
Um estudo realizado por pesquisadores de três universidades paulistas (USP, Unicamp e Unesp), com apoio de cientistas estrangeiros, identificou 70 novas espécies de animal marinho no litoral norte de São Paulo.
As descobertas ocorreram durante o Projeto Biota-Bentos Marinhos, financiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). A um custo de R$ 2,5 milhões, o trabalho tem como objetivo organizar um banco de dados sobre a fauna bentônica (formada por animais que vivem no fundo do mar, sob a areia das praias ou costões rochosos) do litoral norte paulista.
De acordo com a coordenadora do projeto, Antônia Cecília Zacagnini Amaral, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), ao longo de quatro anos cerca de 365 mil exemplares de animais marinhos da região foram coletados e analisados, entre moluscos (caramujos e mariscos), crustáceos (caranguejos e camarões) e poliquetas (minhocas e vermes do mar).
Em meio a eles, 70 novas espécies já foram identificadas, sendo cinco tipos de crustáceo e molusco, 15 de poliqueta e 50 tipos de gastrotricha (animais milimétricos que vivem entre grãos de areia). Os estudos foram realizados por uma equipe de 120 pesquisadores de Brasil, Itália, EUA, Rússia e Espanha.
"Estamos tomando por base os primeiros resultados desses quatro anos, mas acreditamos que esse número de novas espécies vá ser ampliado", disse Amaral.
Segundo ela, a descoberta de um grande número de novas espécies no litoral norte de São Paulo, que é o trecho da costa brasileira mais estudado, é uma evidência de que o Brasil ainda é um país pouco pesquisado.
"O nosso trabalho tem o objetivo de preencher as lacunas para o conhecimento da biodiversidade. Com esse inventário podemos conhecer melhor quais são as espécies do nosso litoral, as mais abundantes, aquelas utilizadas como alimentos e aquelas que são indicadoras de locais poluídos."
Amaral apontou que o próximo passo do projeto será estudar o ciclo de vida e desenvolvimento das espécies. As informações servirão, por exemplo, para auxiliar no cultivo e na coleta de animais utilizados como alimento e na conservação de outros, ameaçados.
Os dados sobre os animais serão publicados numa série de sete manuais de identificação. O primeiro volume deve ser lançado no final do ano, com cerca de 200 espécies descritas.
Poluição
Amaral conta que a equipe conseguiu identificar durante os trabalhos quais as áreas mais poluídas e quais as mais conservadas no litoral norte, formado por São Sebastião, Caraguatatuba, Ubatuba e Ilhabela. De acordo com ela, a enseada de Caraguatatuba é o trecho de mar mais poluído. O ponto mais limpo é a enseada de Picinguaba, em Ubatuba.
Entre as 70 novas espécies descobertas, a que mais chamou a atenção foi localizada justamente em Caraguatatuba. Trata-se de um marisco com uns dez centímetros de diâmetro de concha.
"Essa descoberta nos surpreendeu porque se trata de uma espécie de um tamanho grande e foi encontrada em plena praia. Foi tão surpreendente que eu pedi aos pesquisadores que colocassem na espécie o nome de Macoma biota, em homenagem ao projeto que estamos desenvolvendo."
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da Agência Folha, em São José dos Campos
Um estudo realizado por pesquisadores de três universidades paulistas (USP, Unicamp e Unesp), com apoio de cientistas estrangeiros, identificou 70 novas espécies de animal marinho no litoral norte de São Paulo.
As descobertas ocorreram durante o Projeto Biota-Bentos Marinhos, financiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). A um custo de R$ 2,5 milhões, o trabalho tem como objetivo organizar um banco de dados sobre a fauna bentônica (formada por animais que vivem no fundo do mar, sob a areia das praias ou costões rochosos) do litoral norte paulista.
De acordo com a coordenadora do projeto, Antônia Cecília Zacagnini Amaral, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), ao longo de quatro anos cerca de 365 mil exemplares de animais marinhos da região foram coletados e analisados, entre moluscos (caramujos e mariscos), crustáceos (caranguejos e camarões) e poliquetas (minhocas e vermes do mar).
Em meio a eles, 70 novas espécies já foram identificadas, sendo cinco tipos de crustáceo e molusco, 15 de poliqueta e 50 tipos de gastrotricha (animais milimétricos que vivem entre grãos de areia). Os estudos foram realizados por uma equipe de 120 pesquisadores de Brasil, Itália, EUA, Rússia e Espanha.
"Estamos tomando por base os primeiros resultados desses quatro anos, mas acreditamos que esse número de novas espécies vá ser ampliado", disse Amaral.
Segundo ela, a descoberta de um grande número de novas espécies no litoral norte de São Paulo, que é o trecho da costa brasileira mais estudado, é uma evidência de que o Brasil ainda é um país pouco pesquisado.
"O nosso trabalho tem o objetivo de preencher as lacunas para o conhecimento da biodiversidade. Com esse inventário podemos conhecer melhor quais são as espécies do nosso litoral, as mais abundantes, aquelas utilizadas como alimentos e aquelas que são indicadoras de locais poluídos."
Amaral apontou que o próximo passo do projeto será estudar o ciclo de vida e desenvolvimento das espécies. As informações servirão, por exemplo, para auxiliar no cultivo e na coleta de animais utilizados como alimento e na conservação de outros, ameaçados.
Os dados sobre os animais serão publicados numa série de sete manuais de identificação. O primeiro volume deve ser lançado no final do ano, com cerca de 200 espécies descritas.
Poluição
Amaral conta que a equipe conseguiu identificar durante os trabalhos quais as áreas mais poluídas e quais as mais conservadas no litoral norte, formado por São Sebastião, Caraguatatuba, Ubatuba e Ilhabela. De acordo com ela, a enseada de Caraguatatuba é o trecho de mar mais poluído. O ponto mais limpo é a enseada de Picinguaba, em Ubatuba.
Entre as 70 novas espécies descobertas, a que mais chamou a atenção foi localizada justamente em Caraguatatuba. Trata-se de um marisco com uns dez centímetros de diâmetro de concha.
"Essa descoberta nos surpreendeu porque se trata de uma espécie de um tamanho grande e foi encontrada em plena praia. Foi tão surpreendente que eu pedi aos pesquisadores que colocassem na espécie o nome de Macoma biota, em homenagem ao projeto que estamos desenvolvendo."
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