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05/01/2006 - 10h04

Maior lua de Plutão não tem ar, diz estudo

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SALVADOR NOGUEIRA
da Folha de S.Paulo

Caronte, a maior das luas de Plutão, não tem uma atmosfera apreciável, dizem dois grupos internacionais de cientistas, após um estudo que permitiu, entre outras coisas, a obtenção da medição mais precisa do raio desse pequeno mundo localizado nos confins do Sistema Solar.

Os dois grupos trabalharam independentemente, mas exatamente ao mesmo tempo. Afinal de contas, as observações dependiam de uma oportunidade rara: o momento em que Caronte iria passar na frente de uma estrela chamada UCAC2 26257135.

Aconteceu em 11 de julho de 2005, como havia previsto o astrônomo amador australiano Dave Herald um ano antes. Dois grupos de cientistas, um liderado por Bruno Sicardy, do Observatório de Paris, e outro por Amanda Gulbis, do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), nos Estados Unidos, organizaram campanhas de observação. As duas equipes contavam com astrônomos brasileiros, e entre os observatórios escalados para o trabalho estava o de Pico dos Dias, em Minas Gerais. Na data do evento, o tempo nublado no local impediu a visualização do fenômeno, mas outras localidades tiveram condições adequadas para uma observação excelente.

Caronte, a maior das três luas registradas de Plutão, só havia passado à frente de uma estrela conhecida uma vez antes, em 1980 (apenas dois anos após sua descoberta). Na ocasião, foi possível estimar seu raio em cerca de 600 km (depois refinados para 601,5 km). Com a nova observação, segundo o grupo liderado por Sicardy, ficou constatado que a lua de fato tem 603,6 km (mais ou menos 1,4 km). O dado obtido pela equipe de Gulbis é concordante, mas menos preciso: 606 km (mais ou menos 8 km).

A descoberta mais impressionante, no entanto, foi a constatação de que Caronte, diferentemente de Plutão, não possui uma atmosfera --ou, se existir, ela é extremamente rarefeita.

Os estudos, publicados hoje na revista científica "Nature" (www.nature.com), devem influenciar no planejamento da missão New Horizons, da Nasa, que deve decolar na direção de Plutão até o fim do mês (e chegar lá em 2015).

"Os resultados serão bem úteis no planejamento de nossas observações", diz John Spencer, do Southwest Research Institute, que trabalha no projeto. "Saber o tamanho [de Caronte] diz quantas imagens precisamos tomar para cobri-lo, por exemplo."

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