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14/01/2006 - 15h50

Stardust regressa à Terra domingo com carga de poeira cósmica

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ORLANDO LIZAMA
da Efe, em Washington

Cientistas da Nasa intensificaram neste sábado os preparativos para receber, no domingo, uma preciosa carga de poeira cósmica que poderá ajudar a desvendar diversos mistérios sobre a origem do Sistema Solar.

Essa carga virá à Terra em um receptáculo especialmente reforçado para resistir ao impacto com a superfície, e consiste em cerca de mil partículas de cometas, assim como grãos interestelares com uma massa inferior a um miligrama, revelaram fontes do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês) da Nasa em Pasadena (Califórnia).

As amostras serão analisadas por cerca de 180 cientistas, e ajudarão a responder muitas dúvidas sobre a natureza desses cometas e sua participação no nascimento do Sistema Solar, afirmou a JPL em comunicado.

"Isto é muito mais do que poderíamos analisar em toda uma década", afirmou Donald Brownlee, diretor do projeto. "Não há nada melhor do que uma destas amostras", indicou por sua vez Peter Tsou, outro dos cientistas que participa da missão Stardust. "Ainda restam muitos segredos ocultos em sua microestrutura, em um nível quase atômico", acrescentou.

Segundo os cientistas, corpos estelares como os cometas levam consigo material que se mantém inalterado desde a criação do Sistema Solar, há cerca de 4,5 bilhões de anos.

A cápsula, de cerca de 50 quilos, se desligará da sonda Stardust às 3h56 (de Brasília) do domingo, e se chocará contra a Terra no deserto de Utah, na região noroeste dos EUA, às 8h12 (de Brasília) do mesmo dia.

Segundo informou hoje a Nasa (Agência Espacial Americana), essa manobra ocorrerá após uma última correção de trajetória da sonda, depois de uma viagem de 4,63 bilhões de quilômetros pelo Sistema Solar, iniciada em fevereiro de 1999.

A cápsula entrará na atmosfera terrestre a uma altura de 125 quilômetros sobre o norte da Califórnia e a uma velocidade de 46.440 Km/h.

Quinze minutos após libertar-se de sua carga, a Stardust realizará uma última manobra que a colocará em órbita solar, enquanto o receptáculo continuará sua trajetória rumo ao Campo de Treino da Força Aérea dos EUA em Utah, informou a Nasa.

Se as condições meteorológicas permitirem, uma equipe de resgate irá de helicóptero ao ponto da queda e recolherá a cápsula para levá-la ao Campo Dugway de Testes do Exército dos EUA para seu processamento inicial, disse a Nasa.

A agência espacial indicou que, no caso de as condições de tempo não permitirem o vôo de helicópteros, um grupo de veículos já está preparado para recolher a cápsula.

Posteriormente, o receptáculo será levado a um laboratório especialmente habilitado para o processamento das amostras no Centro Espacial Johnson da Nasa, em Houston (Texas).

As autoridades da Nasa esperam que não se repitam as mesmas dificuldades registradas em 2004 com uma cápsula que se desprendeu da sonda Genesis, em uma missão similar à Stardust.

Nessa ocasião, devido a problemas nos sensores, o pára-quedas não se abriu e a cápsula que continha espécimes de vento solar aterrissou no lugar previsto, mas de forma violenta.

Fontes da Nasa ressaltaram que, até o momento, a missão transcorre sem contratempos, especialmente depois da última sexta-feira, quando a Stardust realizou sua última manobra de aproximação à Terra.

Ed Hirst, subdiretor adjunto da JPL, informou que a mudança de rota foi perfeita. A modificação consistiu no acionamento dos quatro motores da nave durante 107 segundos, o que alterou seu deslocamento em 2,4 metros por segundo.
 

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