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09/02/2006 - 09h21

Treino de astronauta envolve maratona e curso de língua

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SALVADOR NOGUEIRA
Enviado especial da Folha de S.Paulo a Moscou

Em geral, o programa de treinamento é puxado. O astronauta acorda às 6h da manhã e estuda por umas duas horas. Entre 8h30 e 9h inicia as atividades de treino, que têm mais que simulações de vôo; testes de sobrevivência em ambientes inóspitos e de resistência em uma centrífuga, treinamento com o traje espacial pressurizado numa câmara sem ar e até mesmo testar a alimentação que a tripulação terá no espaço.

"Durante cinco dias, tive de comer a comida que teremos lá", diz Pontes. "É boa, basicamente latas de conservas, sopas, esse tipo de coisa. Acontece que é muito calórica, são 3.000 calorias por dia. Aqui eles fazem a gente comer tudo. Mas lá no espaço acaba sobrando um monte."

Uma hora de almoço entre as 13h e as 14h, depois de volta às atividades, que vão até as 18h. Um descanso para o jantar e, lá pelas oito da noite, Pontes volta a estudar os manuais técnicos. Uma boa noite de sono e tudo recomeça no dia seguinte.

Os fins de semana, em tese, são livres, mas tem tanta "lição de casa" que mal dá para pensar em fazer alguma coisa diferente. E sábado é dia de lavar roupa --morando sozinho em um alojamento na Cidade das Estrelas, essa é uma tarefa que o próprio astronauta tem de executar.

Além da correria natural do treinamento, Pontes teve de vencer a barreira da língua. De início, o astronauta passava por situações engraçadas, como ir ao refeitório e, na dificuldade de entender o cardápio, pedir à garçonete, que não fala inglês, que trouxesse "o que ela achasse que era bom". "Na verdade, isso foi legal, as pessoas começaram a ver que eu não tinha frescura", conta. "Eu sinto que elas acabaram gostando bastante de mim."

Hoje, depois de quase quatro meses de aulas intensivas, o brasileiro já consegue entender bem o que as pessoas dizem --compreendeu sem dificuldades as perguntas feitas em russo durante a entrevista coletiva de ontem. Ainda assim, ele se sente um pouco inibido para falar. "É engraçado porque, quando estamos treinando juntos, eu e o Jeff [Williams] falamos em inglês, o Pavel [Vinogradov] responde em russo, mas todo mundo se entende."

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o astronauta brasileiro
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