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21/02/2006
-
09h54
REINALDO JOSÉ LOPES
Enviado especial da Folha de S.Paulo a St. Louis
Pesquisadores americanos estão começando a abrir a caixa-preta da formação do Sistema Solar, ao analisar em detalhes a poeira de um cometa trazida recentemente para a Terra pela missão robótica Stardust. Os resultados estão apenas começando a ser obtidos, mas os poucos dados já disponíveis parecem indicar que os grãos de areia cósmica realmente remontam aos primórdios da formação do Sol e de seus planetas.
Os primeiros passos dessa análise foram discutidos durante a reunião anual da AAAS (sigla inglesa da Associação Americana para o Progresso de Ciência), que terminou ontem em Saint Louis.
"É preciso deixar claro que isso aqui é ciência, o que significa que vai demorar anos até que tenhamos uma idéia das implicações mais gerais dos dados que conseguimos", disse Donald Brownlee, astrônomo da Universidade de Washington em Seattle e cientista-chefe da missão Stardust.
Uma das boas notícias, de acordo com Brownlee, é que todos os 132 coletores de poeira cometária da sonda, que mais parecem fôrmas de gelo e estão repletos de um material ultraporoso conhecido como aerogel, chegaram em excelente estado à Terra.
Desses reservatórios, apenas seis já foram abertos para estudo. "Para que vocês tenham uma idéia, a quantidade de informações que seremos capazes de extrair dessa poeira é tão grande que fomos capazes de fatiar uma das amostras 320 vezes para exame ao microscópio", afirmou Brownlee.
Segundo Brownlee, os dados até agora obtidos sobre o Wild-2, nome do cometa que foi o alvo da Stardust (pronuncia-se "Vilt-2"), parecem corroborar isso. Há a presença de sais de enxofre, por exemplo, que são mais comuns em planetas rochosos.
Há também a presença de material que lembra o vidro (composto basicamente do elemento químico silício) e, por enquanto, poucos sinais de água. Outra grande incógnita é a presença ou não de compostos de carbono, a base da química da vida.
"Hoje há muita discussão sobre o papel dos cometas em trazer essas substâncias para a Terra durante a formação do planeta", diz Brownlee. "A Stardust deve nos dar pistas sobre isso."
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a sonda Stardust
Poeira de cometa revela "fóssil vivo"
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Enviado especial da Folha de S.Paulo a St. Louis
Pesquisadores americanos estão começando a abrir a caixa-preta da formação do Sistema Solar, ao analisar em detalhes a poeira de um cometa trazida recentemente para a Terra pela missão robótica Stardust. Os resultados estão apenas começando a ser obtidos, mas os poucos dados já disponíveis parecem indicar que os grãos de areia cósmica realmente remontam aos primórdios da formação do Sol e de seus planetas.
Os primeiros passos dessa análise foram discutidos durante a reunião anual da AAAS (sigla inglesa da Associação Americana para o Progresso de Ciência), que terminou ontem em Saint Louis.
"É preciso deixar claro que isso aqui é ciência, o que significa que vai demorar anos até que tenhamos uma idéia das implicações mais gerais dos dados que conseguimos", disse Donald Brownlee, astrônomo da Universidade de Washington em Seattle e cientista-chefe da missão Stardust.
Uma das boas notícias, de acordo com Brownlee, é que todos os 132 coletores de poeira cometária da sonda, que mais parecem fôrmas de gelo e estão repletos de um material ultraporoso conhecido como aerogel, chegaram em excelente estado à Terra.
Desses reservatórios, apenas seis já foram abertos para estudo. "Para que vocês tenham uma idéia, a quantidade de informações que seremos capazes de extrair dessa poeira é tão grande que fomos capazes de fatiar uma das amostras 320 vezes para exame ao microscópio", afirmou Brownlee.
Segundo Brownlee, os dados até agora obtidos sobre o Wild-2, nome do cometa que foi o alvo da Stardust (pronuncia-se "Vilt-2"), parecem corroborar isso. Há a presença de sais de enxofre, por exemplo, que são mais comuns em planetas rochosos.
Há também a presença de material que lembra o vidro (composto basicamente do elemento químico silício) e, por enquanto, poucos sinais de água. Outra grande incógnita é a presença ou não de compostos de carbono, a base da química da vida.
"Hoje há muita discussão sobre o papel dos cometas em trazer essas substâncias para a Terra durante a formação do planeta", diz Brownlee. "A Stardust deve nos dar pistas sobre isso."
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