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10/03/2006 - 11h30

Nasa tentará colocar nova sonda em órbita ao redor de Marte

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SALVADOR NOGUEIRA
da Folha de S.Paulo

Hoje é um dia de angústia no JPL (Laboratório de Propulsão a Jato) da Nasa. Às 18h24 (horário de Brasília), a sonda Mars Reconnaissance Orbiter, investida mais recente da agência espacial americana em seu programa de exploração de Marte, disparará seus propulsores para a manobra de inserção em órbita ao redor do planeta vermelho. Depois disso, a espaçonave passará por trás de Marte e a comunicação ficará interrompida por cerca de meia hora. Só então os engenheiros saberão se deu tudo certo.

É o momento mais crítico da missão. Das últimas quatro sondas orbitadoras americanas que passaram por trás de Marte desde 1993, apenas duas voltaram a enviar sinais depois do chamado "blecaute de comunicações", período da manobra no qual o sinal da nave é bloqueado. As perdas foram as sondas Mars Observer (1993) e Mars Climate Orbiter (1999); as bem-sucedidas, mais famosas, são a Mars Global Surveyor (1997) e Mars Odyssey (2001), ambas ainda em operação.

"O clima aqui é de grande expectativa, é um grande momento para o MRO [Mars Reconnaissance Orbiter], com muita preocupação, é lógico", diz Ramon de Paula, brasileiro que serve como executivo do projeto da sonda no Quartel-General da Nasa, em Washington, mas que está agora no JPL, em Pasadena, Califórnia, onde fica o centro de controle da missão. "Há sempre riscos numa missão tão complexa, e Marte também gosta de apresentar surpresas. Estamos aqui no JPL com muitas reuniões e revisões para ter certeza de que tudo que poderia ser feito foi feito."

Apesar da tensão, De Paula diz que a confiança está em alta no JPL, sobretudo após o sucesso em Marte com os jipes Spirit e Opportunity. "Essa manobra é mais simples que pousar em Marte --pousar em qualquer planeta é sempre muito mais complicado."

A Nasa (www.nasa.gov/multi media/nasatv) transmite a manobra ao vivo, a partir das 17h30.
Caso tudo dê certo, a Mars Reconnaissance Orbiter servirá como um "satélite-espião" em Marte, capaz de produzir imagens com resolução de 30 cm.

Além de permitir um mapeamento muito mais preciso do planeta, com implicações até para a escolha de sítios de pouso para futuras missões tripuladas, a MRO também servirá para dar algum senso de "finalização" às missões perdidas. Espera-se, por exemplo, que suas imagens revelem finalmente o paradeiro das espaçonaves de pouso perdidas Mars Polar Lander (1999) e Beagle-2 (2003).

Além disso, a MRO finalmente concluirá os objetivos das sondas Mars Observer e Mars Climate Orbiter. A bordo da nova espaçonave voa um instrumento que também pertenceu às orbitadoras perdidas. São raros os casos na história da exploração espacial em que um instrumento recebe uma "terceira chance".

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