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04/05/2006
-
10h46
da France Presse, em Paris
Substâncias químicas como aquelas encontradas em plásticos, detergentes, fragrâncias artificiais ou solventes afetam a fertilidade e causam anomalias genitais em bebês de países industrializados e da América Latina, afirmou a organização ambientalista Greenpeace.
Segundo o relatório 'Atenção frágil: reprodução e exposição química', do Greenpeace, mais de 100 mil moléculas diferentes são produzidas e encontradas em alimentos e bens de consumo.
Os autores constataram que, em 50 anos, as análises de esperma revelam uma redução de 50% no número de espermatozóides ativos.
'Desde 1960, o número de casais estéreis mais que dobrou nos países industrializados; de 7% a 8% em 1960 para 15% a 20% atualmente", diz o relatório. Esta redução se apresenta principalmente em áreas rurais dos Estados Unidos, Canadá, Suécia, Alemanha, Noruega, Japão, Holanda e América Latina.
Também houve alteração na proporção de natalidade de meninas e meninos --os números, que tradicionalmente favoreciam os meninos, agora se inverteram. Ao mesmo tempo, aumentaram os casos de câncer de testículos.
Entre outras anomalias, os autores destacaram ainda a precocidade da puberdade nas meninas, observada por exemplo em Porto Rico, na região da Toscana (Itália) ou nos imigrantes da Ásia e da América Latina.
Além disso, os especialistas alertam para o desenvolvimento da endometriose nas mulheres observado nos Estados Unidos --uma em cada dez é afetada--, levando a 100 mil histerectomias (extrações do útero) por ano.
Embora se conheçam mal as causas exatas do aumento destas substâncias na reprodução humana, a organização que avalia os informes científicos publicados nos últimos anos destaca que este 'fenômeno se desenvolve paralelamente ao aumento da produção e da utilização de algumas substâncias químicas'.
'Inclusive o feto, no ventre materno, está exposto a uma série de substâncias que contaminam o corpo humano', afirma o relatório do Greenpeace. O documento lembra que 'diversos estudos demonstraram a relação entre certos produtos químicos e alterações em animais'.
Na lista negra da organização estão antioxidantes sintéticos (existentes em produtos de limpeza e de beleza corporal), os ftalatos (em plásticos, solventes e fixadores de alguns cosméticos), o bisfeno-A e seus derivados (produção de plástico para mamadeiras, CDs, pára-brisas) e os almíscares artificiais (misturas de fragrâncias para detergentes, tecidos, amaciantes e alguns cosméticos perfumados).
As substâncias químicas citadas no documento só representam, segundo os autores, uma pequena parte do problema, já que 'em maioria, as moléculas presentes nos bens de consumo freqüentes nunca foram submetidas a testes, razão pela qual seu impacto na saúde humana e no ambiente nunca foi estudado', diz a ONG.
Para o Greenpeace, o projeto de regulamentação Reach para o uso de produtos químicos na União Européia levará a uma avaliação e a um controle mais restrito da produção e da utilização de substâncias perigosas para a saúde.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre reprodução humana
Substâncias químicas afetam reprodução humana, diz Greenpeace
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Substâncias químicas como aquelas encontradas em plásticos, detergentes, fragrâncias artificiais ou solventes afetam a fertilidade e causam anomalias genitais em bebês de países industrializados e da América Latina, afirmou a organização ambientalista Greenpeace.
Segundo o relatório 'Atenção frágil: reprodução e exposição química', do Greenpeace, mais de 100 mil moléculas diferentes são produzidas e encontradas em alimentos e bens de consumo.
Os autores constataram que, em 50 anos, as análises de esperma revelam uma redução de 50% no número de espermatozóides ativos.
'Desde 1960, o número de casais estéreis mais que dobrou nos países industrializados; de 7% a 8% em 1960 para 15% a 20% atualmente", diz o relatório. Esta redução se apresenta principalmente em áreas rurais dos Estados Unidos, Canadá, Suécia, Alemanha, Noruega, Japão, Holanda e América Latina.
Também houve alteração na proporção de natalidade de meninas e meninos --os números, que tradicionalmente favoreciam os meninos, agora se inverteram. Ao mesmo tempo, aumentaram os casos de câncer de testículos.
Entre outras anomalias, os autores destacaram ainda a precocidade da puberdade nas meninas, observada por exemplo em Porto Rico, na região da Toscana (Itália) ou nos imigrantes da Ásia e da América Latina.
Além disso, os especialistas alertam para o desenvolvimento da endometriose nas mulheres observado nos Estados Unidos --uma em cada dez é afetada--, levando a 100 mil histerectomias (extrações do útero) por ano.
Embora se conheçam mal as causas exatas do aumento destas substâncias na reprodução humana, a organização que avalia os informes científicos publicados nos últimos anos destaca que este 'fenômeno se desenvolve paralelamente ao aumento da produção e da utilização de algumas substâncias químicas'.
'Inclusive o feto, no ventre materno, está exposto a uma série de substâncias que contaminam o corpo humano', afirma o relatório do Greenpeace. O documento lembra que 'diversos estudos demonstraram a relação entre certos produtos químicos e alterações em animais'.
Na lista negra da organização estão antioxidantes sintéticos (existentes em produtos de limpeza e de beleza corporal), os ftalatos (em plásticos, solventes e fixadores de alguns cosméticos), o bisfeno-A e seus derivados (produção de plástico para mamadeiras, CDs, pára-brisas) e os almíscares artificiais (misturas de fragrâncias para detergentes, tecidos, amaciantes e alguns cosméticos perfumados).
As substâncias químicas citadas no documento só representam, segundo os autores, uma pequena parte do problema, já que 'em maioria, as moléculas presentes nos bens de consumo freqüentes nunca foram submetidas a testes, razão pela qual seu impacto na saúde humana e no ambiente nunca foi estudado', diz a ONG.
Para o Greenpeace, o projeto de regulamentação Reach para o uso de produtos químicos na União Européia levará a uma avaliação e a um controle mais restrito da produção e da utilização de substâncias perigosas para a saúde.
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