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22/06/2006 - 11h23

Califórnia pode sofrer um forte terremoto em breve, diz estudo

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da Folha Online

O Estado da Califórnia (costa oeste dos Estados Unidos) pode em breve sofrer um terremoto de grande importância. O especialista Yuri Fialko, do Instituto de Oceanografia Scripps e do Instituto de Geofísica e Física Planetária da Universidade da Califórnia, afirma na última edição da revista científica britânica "Nature" que a falha de San Andreas alcançou um ponto de tensão crítico em sua parte sul, perto de Los Angeles --o que poderia provocar o chamado "Big One", um terremoto devastador.

A parte sul da falha não produziu nenhum terremoto de grande extensão nos últimos três séculos. Porém, o estudo de Fialko -- considerado um dos mais detalhados já realizados-- analisou as bordas dessa área entre 1985 e 2005 e constatou que os movimentos das bordas acumularam muita tensão.

Não é possível prever exatamente quando o terremoto acontecerá. Especialistas estimam que um tremor de magnitude 7,6 ou mais na escala Richter, ocasionado na parte sul da falha de San Andreas, poderia matar milhares de pessoas na área de Los Angeles, densamente habitada, e causar dezenas de bilhões de dólares de prejuízos.

AP Photo
Reprodução de mapa aponta o sul da falha de San Andreas (trecho destacado em verde)
Reprodução de mapa aponta o sul da falha de San Andreas (trecho destacado em verde)
Em 1906, a falha de San Andreas --uma "cicatriz" de 1.290 quilômetros de extensão entre as placas americana e pacífica-- causou um terremoto em São Francisco (mais ao norte) que deixou cerca de 3.000 mortos. Sobre a parte sul da falha (de 161 quilômetros), porém, pouco se sabe além do fato de dividir o sul da Califórnia, de São Bernardino (a leste de Los Angeles) até próximo da fronteira com o México.

O último abalo nessa área da seção foi em 1690, quando ocorreu um terremoto de magnitude 7,7 na escala Richter. Os danos foram considerado pequenos, pois na época a área era pouco habitada.

Yuri Fialko lembrou que as bordas da falha se movem vários centímetros por ano em média. Isso representa na parte sul um acúmulo de deslizamentos entre 5,5 metros e 7 metros em 250 anos, comparável ao nível máximo registrado antes dos acontecimentos sísmicos mais importantes ocorridos até agora.

"Os índices de tensão observados confirmam que a parte sul da falha de San Andreas poderia se aproximar do fim de uma fase intersísmica", avaliou Fialko, destacando que em um futuro não muito distante pode ocorrer uma ruptura causadora de um terremoto importante. O cientista reconheceu que "o intervalo entre dois sismos importantes varia muito".

Ken Hudnut, geofísico do Instituto Geológico Americano, em Pasadena, ressaltou que as últimas pesquisas reafirmam a necessidade de mais estudos sobre essa ainda misteriosa área sul da falha de San Andreas. No segundo semestre, Hudnut coordenará um projeto de pesquisa de US$ 240 mil sobre a região.

Com agências internacionais

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