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26/07/2006 - 12h15

Aquecimento global causou migração de primatas, diz estudo

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da Efe, em Washington

Um aquecimento global rápido e repentino causou a dispersão dos símios primitivos há 55 milhões de anos, segundo um estudo que renova as teorias sobre o processo de migração dos antecessores dos primatas.

A espécie "Teilhardina", o primata mais antigo conhecido na Ásia e Europa, migrou do sul da Ásia até a Europa e depois se dispersou pela América do Norte através da Groelândia, segundo um estudo publicado hoje na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences".

Antepassado comum dos macacos e seres humanos, o "Teilhardina" era um pequeno predador diurno, do tamanho da palma de uma mão humana.

Uma equipe multinacional de paleontólogos tenta averiguar se o "Teilhardina" apareceu de fato nos três continentes. Para isso, utiliza a curva de isótopos de carbono registrada.

Uma saturação do carbono 12 se associa com o início de um fenômeno conhecido como o máximo termal do Paleoceno-Eoceno, quando a Terra passou por um dos aquecimentos globais mais rápidos e extremos já registrados na história geológica.

Durante este fenômeno, há 55,5 milhões de anos, os primatas modernos apareceram pela primeira vez. Segundo a nova teoria, o "Teilhardina" apareceu na Ásia antes que atingisse o nível máximo de carbono 12. Na Europa, sua chegada coincidiu com este período e na América do Norte chegou justamente depois.

Isto representa uma grande mudança no que diz respeito às quatro hipóteses anteriores sobre a origem e a expansão desta espécie.

Três delas afirmavam que o nascimento desta espécie de primatas havia acontecido na África ou na América do Norte, e na outra se considerava que a migração se deu paralelamente da Ásia para a Europa e para a América do Norte.

A dispersão aconteceu em um intervalo de apenas 25 mil anos, descoberta que surpreendeu os autores do estudo. "É extraordinário poder estudar com tanta precisão acontecimentos evolutivos que estão ancorados tão profundamente no passado", disse em comunicado Philip Gingerich, professor de Paleontologia e diretor do Museu de Paleontologia da Universidade de Michigan.

"A velocidade da dispersão e da mudança evolutiva é próxima às mais altas registradas. Essas mudanças rápidas e deslocamentos foram com toda segurança gerados pelo aquecimento provocado pelo efeito estufa na era do Paleoceno-Eoceno", acrescenta Gingerich.

Além de Gingerich, participaram do estudo cientistas do Real Instituto de Ciências Naturais da Bélgica e da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore (Maryland).

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