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30/09/2006 - 14h17

Avião de Santos-Dumont voa nos Estados Unidos

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da Folha de S.Paulo

Uma réplica do Demoiselle, o segundo avião de Alberto Santos-Dumont, voou ontem pela primeira vez em Dayton, nos Estados Unidos. A cidade fica no Estado de Ohio, terra natal dos irmãos Wilbur e Orville Wright --os inventores do avião segundo os historiadores norte-americanos.

O Demoiselle foi concebido cerca de um ano depois do vôo inaugural do 14-Bis, de 1906, primeiro e mais famoso avião de Santos-Dumont --o verdadeiro criador da máquina voadora, na visão dos brasileiros. O Flyer, primeiro avião dos Wright, é de 1903, mas alguns historiadores alegam que não se pode dizer que ele fez o vôo pioneiro, por ter decolado usando uma catapulta.

Hoje, a nova réplica do Demoiselle voa ao lado do Flyer em um evento que reunirá pilotos brasileiros e americanos veteranos de guerra (o vôo de ontem foi um ensaio da apresentação). Como o Demoiselle é um modelo mais moderno que o 14-Bis, porém, a reunião de hoje não pode ser considerada um "tira-teima" da polêmica.

"O importante é que estamos tendo a oportunidade de divulgar o trabalho do Santos-Dumont aqui, onde as pessoas ainda o conhecem pouco", diz o empresário Fernando de Arruda Botelho, da construtora Camargo Correa. Ele capitaneou o projeto de reconstrução do Demoiselle e vai pilotá-lo no evento. "Viemos para cá a convite da Amanda Wright, sobrinha-bisneta do Orville e do Wilbur."

A réplica do Instituto Arruda Botelho, fundado pelo empresário, é uma das duas montadas pelo construtor Alvarino Paulo. Ela tem algumas diferenças em relação ao original de Santos-Dumont, como vigas de alumínio em vez de bambu e um motor um pouco mais potente.

Algumas das mudanças foram adequações ao piloto. "O Santos-Dumont pesava 50 kg, e eu peso 90 kg", diz Botelho. "Queremos criar uma réplica mais fiel, com bambu, só que nós não vamos poder fazê-la voar com muita freqüência."

Botelho já experimentou pessoalmente réplicas dos outros dois modelos seminais da história da aviação, além do Demoiselle. "Já pilotei um modelo do 14-Bis no Brasil, e hoje também pilotei um Flyer aqui em Dayton, no treinamento", diz.

Em razão da natureza do evento, o empresário quer evitar transformá-lo numa bravata para questionar publicamente a primazia dos americanos, até porque o registro histórico não permite resolver a questão de maneira tão fácil, diz. "Ontem, nos apresentaram aqui um filme de 1905, onde o Flyer já aparece decolando com rodas", conta Botelho. "O pessoal que está comigo perguntou: o que a gente vai dizer agora?"

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