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01/11/2006 - 11h53

Astronautas vão consertar telescópio Hubble em 2008

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da Folha de S.Paulo

A Nasa anunciou ontem que deve enviar uma missão do ônibus espacial para fazer reparos no Telescópio Espacial Hubble em 2008, estendendo assim sua vida útil até 2013. A viagem é considerada arriscada, já que os astronautas não terão onde se abrigar caso algo dê errado com a espaçonave.

"Apesar de existir um risco inerente (...), o desejo de preservar um patrimônio verdadeiramente internacional como o Telescópio Espacial Hubble faz dessa missão o caminho de ação correto", declarou ontem Michael Griffin, administrador da Nasa. Ele reverteu a decisão de seu antecessor, Sean O'Keefe, que tinha desistido de mandar astronautas ao Hubble após o acidente com o ônibus espacial Columbia, em 2003.

Divulgação
O Hubble foi uma máquina de fazer descobertas durante os 16 anos em que esteve operando.
O Hubble foi uma máquina de fazer descobertas durante os 16 anos em que esteve operando.
O telescópio espacial foi posto em órbita em 1990 e recebeu quatro missões de reparo e aprimoramento desde então (veja quadro abaixo, à direita).

A próxima missão, com custo de US$ 900 milhões, terá como objetivos instalar dois novos equipamentos ópticos no telescópio, substituir suas baterias velhas e trocar o sistema de "mira" do Hubble, que está falhando. Os astronautas também tentarão consertar um espectrógrafo (separador de luz) que se desligou sozinho subitamente em 2004.

A tripulação que vai fazer os reparos já foi anunciada ontem por Griffin. Três veteranos que estiveram na missão de reparos em 2002 voltarão ao telescópio, ao lado de quatro astronautas estreantes, numa missão de 11 dias. Para minimizar riscos, a Nasa deixará seu outro ônibus espacial de reserva para decolar, caso os astronautas tenham de ser resgatados em órbita. "A segurança de nossa tripulação conduzindo essa missão será a melhor que pudermos dar", diz Griffin.

Desde o acidente com o Columbia em 2003, as diretrizes de segurança da Nasa forçam os astronautas a buscar abrigo na ISS (Estação Espacial Internacional) caso o ônibus espacial sofra danos na decolagem. Na órbita do Hubble, porém, a ISS fica fora de alcance.

Passo no escuro

Entre os dois novos instrumentos a serem instalados está uma nova câmera de campo amplo, a principal do Hubble. O outro foi batizado como Espectrógrafo de Origens Cósmicas (COS, na sigla em inglês). Destinado a investigar a estrutura de grande escala do Universo, ele vai ajudar a determinar com mais precisão a distribuição da misteriosa matéria escura, que não emite luz nem nenhum outro tipo de radiação.

"Esta é uma notícia muito boa para a astronomia", disse à Folha o astrônomo americano Robert Kirshner, da Universidade Harvard. Kirshner é um dos principais defensores do conserto do Hubble e, nos últimos anos, encampou brigas públicas contra a posição anunciada por O'Keefe.

Kirshner é um dos descobridores da chamada "energia escura", a força misteriosa que parece estar por trás da aceleração da expansão do Universo. Ele e seu grupo usam o Hubble para detectar explosões estelares distantes que servem de baliza para medir essa aceleração.

Apesar de se dizer animado pela decisão, ele fez críticas às novas diretrizes da agência espacial. "Infelizmente a Nasa cortou muitos de seus planos científicos para o futuro, usando esses recursos para pagar o retorno à Lua. Esperamos que a Nasa mude seu curso um pouco para apoiar um programa de ciência nos próximos anos."

Jóia da astronomia

O entusiasmo dos cientistas com o anúncio da Nasa é compreensível, já que o Hubble foi uma máquina de fazer descobertas durante os 16 anos em que esteve operando. Além de oferecer a prova da expansão acelerada do Universo, foi ele o instrumento que possibilitou aos astrônomos pela primeira vez ver planetas fora do Sistema Solar, investigar berçários de estrelas, encontrar buracos negros no centro de galáxias e determinar com precisão a idade do Universo.

Seu substituto, o Telescópio Espacial James Webb, deve ser lançado em 2013.

Com agências internacionais

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