Publicidade
Publicidade
07/11/2006
-
09h00
RICARDO BONALUME NETO
da Folha de S.Paulo
É comum que entre muitas espécies de abelhas, formigas e vespas as operárias não ponham ovos, apesar de serem capazes, um processo conhecido como altruísmo reprodutivo. Um novo estudo com nove espécies de vespa e uma de abelha mostrou agora que esse altruísmo é, em grande parte, forçado.
Os ovos dessas operárias são destruídos pela abelha (ou pela vespa) rainha e por outras trabalhadoras. Quanto mais eficaz a destruição, menos operárias insistem em pôr ovos. O policiamento desencoraja o crime.
Esse comportamento em que poucos se reproduzem é chamado de eussocialidade. O estudo mostrou que, no caso da abelha comum (Apis mellifera) e da vespa comum (Vespula vulgaris), o policiamento é eficaz: de 98% a 100% dos ovos de operárias são destruídos.
Apenas uma em cada mil abelhas ousa pôr um ovo nessas condições. Já nas outras espécies de vespas, entre 5% a 40% das operárias podem botar. O estudo foi publicado na última edição da revista científica britânica "Nature" por Francis Ratnieks, da Universidade de Sheffield, Reino Unido, e Tom Wenseleers, da Universidade Católica de Leuven, Bélgica.
"Sociedades de insetos evoluíram há cerca de 100 milhões de anos, separadamente, em abelhas, vespas, formigas e cupins", disse Ratnieks à Folha. "Vínculos familiares próximos foram provavelmente necessários para a evolução das sociedades de insetos. O motivo é que nessas circunstâncias ajudar a sua mãe se torna um modo mais eficiente de propagar seus próprios genes", disse Tom Wenseleers.
"Quando a eussocialidade se originou havia provavelmente muito pouca coerção, e os indivíduos que ajudavam o faziam por estar criando parentes próximos. Mas desde então muita coisa mudou nas sociedades de insetos. Elas ficaram muito maiores", declarou Ratnieks.
Uma das novidades foi o desenvolvimento de mecanismos para prevenir que alguns insetos ajam contra os interesses da sociedade. "Como nós dizemos no artigo, modernamente o altruísmo 'forçado' é importante em muitas sociedades. O altruísmo 'voluntário', porém, foi quase que certamente como a eussocialidade surgiu", afirma Ratnieks.
Segundo Wenseleers, há quem acredite que as rainhas poderiam na prática usar as operárias como "escravas", forçando-as a tal situação ao dar pouco alimento.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre abelhas
Abelhas patrulham ninho para controlar operárias
Publicidade
da Folha de S.Paulo
É comum que entre muitas espécies de abelhas, formigas e vespas as operárias não ponham ovos, apesar de serem capazes, um processo conhecido como altruísmo reprodutivo. Um novo estudo com nove espécies de vespa e uma de abelha mostrou agora que esse altruísmo é, em grande parte, forçado.
Divulgação |
Abelha "policial' localiza ovo clandestino (no alto) e o destrói |
Esse comportamento em que poucos se reproduzem é chamado de eussocialidade. O estudo mostrou que, no caso da abelha comum (Apis mellifera) e da vespa comum (Vespula vulgaris), o policiamento é eficaz: de 98% a 100% dos ovos de operárias são destruídos.
Apenas uma em cada mil abelhas ousa pôr um ovo nessas condições. Já nas outras espécies de vespas, entre 5% a 40% das operárias podem botar. O estudo foi publicado na última edição da revista científica britânica "Nature" por Francis Ratnieks, da Universidade de Sheffield, Reino Unido, e Tom Wenseleers, da Universidade Católica de Leuven, Bélgica.
"Sociedades de insetos evoluíram há cerca de 100 milhões de anos, separadamente, em abelhas, vespas, formigas e cupins", disse Ratnieks à Folha. "Vínculos familiares próximos foram provavelmente necessários para a evolução das sociedades de insetos. O motivo é que nessas circunstâncias ajudar a sua mãe se torna um modo mais eficiente de propagar seus próprios genes", disse Tom Wenseleers.
"Quando a eussocialidade se originou havia provavelmente muito pouca coerção, e os indivíduos que ajudavam o faziam por estar criando parentes próximos. Mas desde então muita coisa mudou nas sociedades de insetos. Elas ficaram muito maiores", declarou Ratnieks.
Uma das novidades foi o desenvolvimento de mecanismos para prevenir que alguns insetos ajam contra os interesses da sociedade. "Como nós dizemos no artigo, modernamente o altruísmo 'forçado' é importante em muitas sociedades. O altruísmo 'voluntário', porém, foi quase que certamente como a eussocialidade surgiu", afirma Ratnieks.
Segundo Wenseleers, há quem acredite que as rainhas poderiam na prática usar as operárias como "escravas", forçando-as a tal situação ao dar pouco alimento.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Gel contraceptivo masculino é aprovado em testes com macacos
- Sons irritantes de mastigação fazem parte do cérebro entrar em parafuso
- Continente perdido há milhões de anos é achado debaixo do Oceano Índico
- Por que é tão difícil definir o que é vida e o que são seres 'vivos'
- Conheça as histórias de mulheres de sucesso na Nasa
+ Comentadas
- Criatura em forma de saco e sem ânus poderia ser antepassado do homem
- Atritos entre governo estadual e Fapesp são antigos, dizem cientistas
+ EnviadasÍndice