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19/12/2006 - 11h17

Amapá é próxima fronteira madeireira, avalia pesquisador

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CLAUDIO ANGELO
Enviado especial da Folha de S.Paulo ao Amapá

A idéia de criar um distrito florestal no Amapá é boa, mas sua implantação precisa ser feita com cuidado, ou suas florestas poderão ter o mesmo destino das de outros pólos madeireiros da Amazônia: uma invasão de empresas predatórias e o esgotamento da mata. A avaliação é de Adalberto Veríssimo, pesquisador do Imazon.

"As florestas do Amapá são muito boas e há madeireiras do Pará migrando para a calha Norte, porque as florestas ao sul estão acabando", disse Veríssimo. "Não é má idéia planejar isso [o distrito florestal], porque vai acontecer."

No entanto, avalia Veríssimo, a pressa em colocar o modelo de concessões para funcionar pode catalisar a indústria madeireira onde ela não precisaria existir. Nesse caso, as concessões --criadas para proteger a floresta-- podem sair pela culatra. "Não é legal levar a indústria madeireira para onde ela não iria logo, porque o madeireiro ilegal vai se instalar ali também", pondera.

Para o pesquisador, um dos maiores especialistas em economia madeireira da região, a indústria florestal do Amapá é incipiente. "O Amapá é do tamanho da Cikel", brinca, referindo-se à maior madeireira da Amazônia, sediada no Pará. Com uma indústria tão pequena, a capacidade de atrair empresas boas também é baixa.

Essa situação, no entanto, é transitória. O Amapá, juntamente com o norte do Pará, tem recebido cada vez mais empresas, instaladas hoje no lado paraense, no município de Almerim. "Em dez anos essa indústria vai estar a todo vapor, mas não acredito em um "boom" nos próximos quatro anos", diz Veríssimo, que não conhece em detalhes a proposta do novo distrito florestal.

"É preciso cautela e fazer isso [as concessões] passo a passo."
O governo estadual espera que as florestas estaduais rendam US$ 10 bilhões ao Amapá num período de dez anos.

O jornalista CLAUDIO ANGELO viajou ao Amapá a convite da Conservação Internacional

Especial
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