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02/01/2007 - 14h44

2007 é eleito por cientistas como o "Ano Polar Internacional"

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da France Presse, em Montreal

Cientistas de 60 países tentarão, em 2007, entender melhor os pólos no primeiro, desde a década de 50, "Ano Polar Internacional" (API), marcado, desta vez, pelo fantasma da mudança climática.

Especialistas no Ártico e na Antártida poderão desfrutar do aumento em seus orçamentos nos próximos anos devido a um amplo programa que permitirá injetar quase US$ 440 milhões de dólares na pesquisa de temas polares.

Esta é a quarta vez que se celebra o API (1882-83, 1932-33, 1957-58), mas é a primeira que a data se inscreve no contexto da mudança climática.

"Aproximadamente 60% do que sabemos sobre as regiões polares, em particular sobre o Ártico, se deve ao esforço de pesquisa realizado em 1958. A diferença, hoje, é que a nova data se inscreve em um contexto de aquecimento climático", explicou à France Presse Louis Fortier, diretor científico da ArcticNet, rede canadense de pesquisas sobre o Ártico.

Com um aporte de US$ 129 milhões, o Canadá é o principal contribuinte do API, seguido dos países escandinavos e dos EUA, cuja contribuição é estimada em cerca de US$ 51 milhões.

"O objetivo do Canadá com este programa é convidar cientistas estrangeiros ao Ártico canadense. Possuímos mais de um terço do Ártico. E a porção ártica da Rússia é muito menos acessível", acrescentou Fortier.

Os especialistas no Ártico, região atualmente considerada o "barômetro" das mudanças climáticas, se limitavam no passado a observações biológicas, físicas ou geográficas, enquanto neste ano será considerado o impacto humano nas variações climáticas.

"Outra diferença é a inclusão explícita da dimensão humana na investigação", destacou David Hik, especialista do Ártico na Universidade de Alberta. "É difícil pesquisar como fazíamos há 50 anos. A ciência deve levar em conta as populações do Norte, incluí-las, de forma que possam se beneficiar da pesquisa durante o API", disse à France Presse.

Os "inuit" (aborígines do Ártico) também colaboraram. "Antes, os 'inuit' eram objeto de pesquisa, agora eles querem ser parceiros da pesquisa", destacou Fortier. Pouco mais de 150 mil "inuit" vivem distribuídos entre Alasca, Canadá, Groenlândia, Escandinávia e Rússia, territórios que cercam o Ártico. E organizações como a Conferência Circumpolar Inuit já confirmaram sua participação neste ano.

A maioria dos projetos de pesquisa deve ser aprovada pelos diferentes países antes de março, quando começarão as primeiras observações, realizadas durante dois anos. "Precisamos de dois anos para coletar informação. Quanto aos resultados, não estarão disponíveis antes de 2009-2010", explicou Kathleen Fischer, diretora do programa canadense para o API.

E os cientistas também esperam deixar um legado. "Uma das heranças será a formação de uma nova geração de especialistas em pólos em todo o mundo. No Canadá, isto implica estimular os jovens do norte a ingressarem neste campo de pesquisa", afirmou Hik.

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