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28/01/2007
-
16h22
CONSTANÇA TATSCH
da Folha de S.Paulo
Cerca de 15% das crianças com cinco anos ainda fazem xixi na cama. Ao contrário do que muitos pensam, na maioria dos casos, não se trata de manha para chamar a atenção nem de preguiça. É uma doença que tem muitas causas --a enurese.
Para tratá-la, em vez de remédios, médicos têm indicado técnicas de motivação --60% dos casos podem, de acordo com especialistas, ser resolvidos com esse método.
Na Unifesp, por exemplo, indica-se como primeiro passo para o tratamento da criança uma alteração na sua alimentação. São retirados do cardápio alimentos que irritam a bexiga e/ou causam prisão de ventre. Exemplos: chocolate, laranja, café e refrigerante de cola.
A ingestão de líquidos também é controlada. Os pais devem estimular a criança a beber mais no decorrer do dia e cortar o consumo quatro horas antes do horário de dormir.
O segundo passo recomendado é o "treinamento do assoalho pélvico". Ou seja, a criança recebe orientações sobre a musculatura e os órgãos envolvidos no processo urinário.
São feitos exercícios, uma uroterapia, para que ela consiga ter maior controle sobre o desejo miccional. Um exercício indicado é beber bastante água de uma vez para ensinar o cérebro a lidar com a sensação de bexiga cheia.
Paralelamente, a criança é constantemente motivada a parar de fazer xixi na cama. Ela preenche um diário onde aponta (com carinhas alegres ou tristes/ chuva ou sol) os dias em que acordou seca. A medida que as etapas são vencidas, lembrancinhas são dadas para restaurar a sua auto-estima.
"A proposta da reabilitação é aumentar a capacidade miccional da criança para que ela passe a noite sem fazer xixi", explica a enfermeira Maria José Felizardo, que participa do processo na Unifesp.
"As técnicas de motivação em enurese podem resolver o problema em 50% a 60% dos casos", diz Antônio Macedo, professor e chefe do Setor de Urologia Pediátrica da Unifesp.
A enurese pode ser primária, quando a criança nunca conseguiu ter o controle do xixi durante a noite, ou secundária, que ocorre quando ela consegue ficar seca por um tempo, mas volta a molhar a cama.
Essa segunda hipótese geralmente tem fundo psicológico e está relacionada a algum trauma emocional, como separação dos pais, nascimento de um irmão ou, até mesmo, um assalto.
A maior parte dos casos de enurese noturna tem origem genética. O mais comum é a deficiência no hormônio antidiurético: a substância responsável por diminuir em até 80% a produção de urina durante a noite. É só assim que as pessoas passam oito horas dormindo sem precisar ir ao banheiro.
De acordo com Nuncio Vicente de Chiara, responsável pelo Ambulatório de Enurese da Santa Casa, em São Paulo há até 1 milhão de enuréticos.
Ele explica que o tratamento com remédios é feito de duas formas: a primeira com um substituto do hormônio antidiurético, a desmopressina, mas é uma opção cara e não é acessível pela rede pública. A segunda usa um antidepressivo, a imipramina, que deixa o sono mais leve e aumenta o tônus do esfíncter. O problema aí são os efeitos colaterais.
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Técnicas de motivação acabam com xixi na cama
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da Folha de S.Paulo
Cerca de 15% das crianças com cinco anos ainda fazem xixi na cama. Ao contrário do que muitos pensam, na maioria dos casos, não se trata de manha para chamar a atenção nem de preguiça. É uma doença que tem muitas causas --a enurese.
Para tratá-la, em vez de remédios, médicos têm indicado técnicas de motivação --60% dos casos podem, de acordo com especialistas, ser resolvidos com esse método.
Na Unifesp, por exemplo, indica-se como primeiro passo para o tratamento da criança uma alteração na sua alimentação. São retirados do cardápio alimentos que irritam a bexiga e/ou causam prisão de ventre. Exemplos: chocolate, laranja, café e refrigerante de cola.
A ingestão de líquidos também é controlada. Os pais devem estimular a criança a beber mais no decorrer do dia e cortar o consumo quatro horas antes do horário de dormir.
O segundo passo recomendado é o "treinamento do assoalho pélvico". Ou seja, a criança recebe orientações sobre a musculatura e os órgãos envolvidos no processo urinário.
São feitos exercícios, uma uroterapia, para que ela consiga ter maior controle sobre o desejo miccional. Um exercício indicado é beber bastante água de uma vez para ensinar o cérebro a lidar com a sensação de bexiga cheia.
Paralelamente, a criança é constantemente motivada a parar de fazer xixi na cama. Ela preenche um diário onde aponta (com carinhas alegres ou tristes/ chuva ou sol) os dias em que acordou seca. A medida que as etapas são vencidas, lembrancinhas são dadas para restaurar a sua auto-estima.
"A proposta da reabilitação é aumentar a capacidade miccional da criança para que ela passe a noite sem fazer xixi", explica a enfermeira Maria José Felizardo, que participa do processo na Unifesp.
"As técnicas de motivação em enurese podem resolver o problema em 50% a 60% dos casos", diz Antônio Macedo, professor e chefe do Setor de Urologia Pediátrica da Unifesp.
A enurese pode ser primária, quando a criança nunca conseguiu ter o controle do xixi durante a noite, ou secundária, que ocorre quando ela consegue ficar seca por um tempo, mas volta a molhar a cama.
Essa segunda hipótese geralmente tem fundo psicológico e está relacionada a algum trauma emocional, como separação dos pais, nascimento de um irmão ou, até mesmo, um assalto.
A maior parte dos casos de enurese noturna tem origem genética. O mais comum é a deficiência no hormônio antidiurético: a substância responsável por diminuir em até 80% a produção de urina durante a noite. É só assim que as pessoas passam oito horas dormindo sem precisar ir ao banheiro.
De acordo com Nuncio Vicente de Chiara, responsável pelo Ambulatório de Enurese da Santa Casa, em São Paulo há até 1 milhão de enuréticos.
Ele explica que o tratamento com remédios é feito de duas formas: a primeira com um substituto do hormônio antidiurético, a desmopressina, mas é uma opção cara e não é acessível pela rede pública. A segunda usa um antidepressivo, a imipramina, que deixa o sono mais leve e aumenta o tônus do esfíncter. O problema aí são os efeitos colaterais.
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