Publicidade
Publicidade
09/02/2007
-
09h55
PEDRO DIAS LEITE
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O governo federal instituiu ontem uma política nacional de biotecnologia, que será direcionada para quatro áreas (saúde humana, agropecuária, industria e ambiente) e tem o objetivo de injetar R$ 10 bilhões no setor nos próximos dez anos. O plano é colocar o Brasil entre os países líderes em biotecnologia daqui a alguns anos, mas depende do engajamento do setor privado, que até agora não encampou o negócio.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, citou um fundo de R$ 90 milhões do qual só a metade foi gasta, por falta de interessados. O objetivo, com a criação da política nacional de biotecnologia, é o de tentar reverter esse quadro. Outro ministro, Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), explicou que em 2007 haverá R$ 1 bilhão disponível para a área.
A idéia é que no início o setor público contribua com 60% das verbas para pesquisa, e o privado, com o restante. Ao longo dos próximos dez anos, essa proporção deve ser alterada para meio a meio.
"Não há limitação que estreite o financiamento de projetos", afirmou Furlan. Segundo os dois ministros, "pela primeira vez na história" o governo poderá colocar dinheiro público, a fundo perdido, em empresas privadas com o objetivo de pesquisa e desenvolvimento. A política nacional de biotecnologia foi instituída pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em cerimônia ontem no Palácio do Planalto.
"O Brasil, com 20% da biodiversidade do mundo e detentor de imensas florestas, reúne trunfos que nos credenciam a ocupar um lugar de destaque neste novo vetor do desenvolvimento. A meta é acionar esse potencial, para que nos próximos dez ou quinze anos nosso país figure entre os cinco maiores pólos mundiais de pesquisa, geração de serviços e produtos da biotecnologia", disse.
Transgênicos
A palavra "biotecnologia" é um guarda-chuva sob o qual se abrigam diversas áreas das ciências biológicas que podem alterar a vida das pessoas. Elas incluem novas vacinas, medicamentos, métodos de plantio e variedades de plantas --incluindo as transgênicas--, tecnologias de criação animal e várias outras áreas.
"O objetivo não é substituir importações, mas o desenvolvimento desses produtos vai reduzir as compras em várias áreas", disse o secretário de Política Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Antonio Sérgio Mello.
Na área de biotecnologia industrial um exemplo é o desenvolvimento de enzimas utilizadas para a fabricação medicamentos, como insulinas e hormônios de crescimento. Para a agropecuária serão desenvolvidas e comercializadas enzimas para fabricar produtos para plantações afetadas pelas mudanças climáticas.
Comitê
Também será criado um Comitê Nacional de Biotecnologia, com integrantes de 17 ministérios ou entidades, para coordenar o desenvolvimento da área. O governo também já anunciou que vai fazer uma série de pequenas mudanças em leis, para incentivar o setor. Entidades do setor elogiaram o lançamento do plano.
"Existe capacitação nas universidades e nos centros de pesquisa. É preciso agora promover o escoamento do conhecimento para a indústria, a agricultura e a saúde", afirmou, por e-mail, Leila Oda, pesquisadora da FioCruz e presidente da Associação Nacional de Biossegurança.
Colaborou CLÁUDIA DIANNI, da Sucursal de Brasília
Leia mais
"O Atlas da Água" mapeia recurso mais precioso do planeta
Entenda a importância e as conseqüências do mau uso da água
Temperatura do planeta aumentará até 4ºC até 2100, diz ONU
Especial
Confira mais no livro "O Aquecimento Global"
Leia o que já foi publicado sobre mudanças climáticas
Leia o que já foi publicado sobre a emissão de gases
Biotecnologia terá R$ 10 bi em dez anos, anuncia governo
Publicidade
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O governo federal instituiu ontem uma política nacional de biotecnologia, que será direcionada para quatro áreas (saúde humana, agropecuária, industria e ambiente) e tem o objetivo de injetar R$ 10 bilhões no setor nos próximos dez anos. O plano é colocar o Brasil entre os países líderes em biotecnologia daqui a alguns anos, mas depende do engajamento do setor privado, que até agora não encampou o negócio.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, citou um fundo de R$ 90 milhões do qual só a metade foi gasta, por falta de interessados. O objetivo, com a criação da política nacional de biotecnologia, é o de tentar reverter esse quadro. Outro ministro, Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), explicou que em 2007 haverá R$ 1 bilhão disponível para a área.
A idéia é que no início o setor público contribua com 60% das verbas para pesquisa, e o privado, com o restante. Ao longo dos próximos dez anos, essa proporção deve ser alterada para meio a meio.
"Não há limitação que estreite o financiamento de projetos", afirmou Furlan. Segundo os dois ministros, "pela primeira vez na história" o governo poderá colocar dinheiro público, a fundo perdido, em empresas privadas com o objetivo de pesquisa e desenvolvimento. A política nacional de biotecnologia foi instituída pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em cerimônia ontem no Palácio do Planalto.
"O Brasil, com 20% da biodiversidade do mundo e detentor de imensas florestas, reúne trunfos que nos credenciam a ocupar um lugar de destaque neste novo vetor do desenvolvimento. A meta é acionar esse potencial, para que nos próximos dez ou quinze anos nosso país figure entre os cinco maiores pólos mundiais de pesquisa, geração de serviços e produtos da biotecnologia", disse.
Transgênicos
A palavra "biotecnologia" é um guarda-chuva sob o qual se abrigam diversas áreas das ciências biológicas que podem alterar a vida das pessoas. Elas incluem novas vacinas, medicamentos, métodos de plantio e variedades de plantas --incluindo as transgênicas--, tecnologias de criação animal e várias outras áreas.
"O objetivo não é substituir importações, mas o desenvolvimento desses produtos vai reduzir as compras em várias áreas", disse o secretário de Política Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Antonio Sérgio Mello.
Na área de biotecnologia industrial um exemplo é o desenvolvimento de enzimas utilizadas para a fabricação medicamentos, como insulinas e hormônios de crescimento. Para a agropecuária serão desenvolvidas e comercializadas enzimas para fabricar produtos para plantações afetadas pelas mudanças climáticas.
Comitê
Também será criado um Comitê Nacional de Biotecnologia, com integrantes de 17 ministérios ou entidades, para coordenar o desenvolvimento da área. O governo também já anunciou que vai fazer uma série de pequenas mudanças em leis, para incentivar o setor. Entidades do setor elogiaram o lançamento do plano.
"Existe capacitação nas universidades e nos centros de pesquisa. É preciso agora promover o escoamento do conhecimento para a indústria, a agricultura e a saúde", afirmou, por e-mail, Leila Oda, pesquisadora da FioCruz e presidente da Associação Nacional de Biossegurança.
Colaborou CLÁUDIA DIANNI, da Sucursal de Brasília
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Gel contraceptivo masculino é aprovado em testes com macacos
- Sons irritantes de mastigação fazem parte do cérebro entrar em parafuso
- Continente perdido há milhões de anos é achado debaixo do Oceano Índico
- Por que é tão difícil definir o que é vida e o que são seres 'vivos'
- Conheça as histórias de mulheres de sucesso na Nasa
+ Comentadas
- Criatura em forma de saco e sem ânus poderia ser antepassado do homem
- Atritos entre governo estadual e Fapesp são antigos, dizem cientistas
+ EnviadasÍndice