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17/03/2007 - 11h58

Brasil entra em consórcio para estudar expansão do Universo

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RAFAEL GARCIA
da Folha de S.Paulo

Uma equipe de pesquisadores brasileiros vai participar do primeiro grande projeto internacional para investigar a energia escura, uma entidade cósmica de origem misteriosa que faz o Universo se expandir de maneira acelerada.

Em janeiro, cientistas de diversos institutos liderados pelo ON (Observatório Nacional) e pelo CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas) firmaram acordo para participar do DES (Levantamento de Energia Escura, na sigla em inglês).

Com início previsto para 2010, o projeto usará um supertelescópio em Cerro Tololo, no Chile, para mapear grande parte do céu do hemisfério Sul.

"O objetivo é ter uma amostra estatística bastante grande de aglomerados de galáxias, para entender como é a distribuição deles", disse à Folha o coordenador do grupo brasileiro no DES, Luiz Nicolaci da Costa, do Observatório Nacional. "Isso permite criar vínculos [entre os dados] e medir a natureza da energia escura."

Para cumprir seu objetivo, o DES criará um grande volume de dados sobre distribuição de galáxias, aglomerados de galáxias, supernovas (explosões estelares) e matéria escura (que não emite radiação). Tudo isso será observado em diversas freqüências de luz, o que permite medir precisamente com que velocidade essas estruturas se afastam entre si.

Especulação einsteiniana

Uma das teorias para explicar a energia escura surgiu de uma idéia de Einstein, a de que o vácuo seria permeado por uma espécie de força que se contrapõe à gravidade. Para saber se isso está correto ou se a energia escura é algum outro tipo de entidade, será preciso medir a expansão do Universo ao longo do espaço de maneira mais precisa. É isso que o DES pretende fazer, por exemplo, para saber se a densidade dessa energia varia no espaço.

Supercâmera

Para tirar fotos ultradetalhadas de porções grandes do céu, o consórcio, liderado pelos EUA construirá um mosaico de 65 grandes CCDs. Trata-se de captadores eletrônicos parecidos com o das câmeras digitais domésticas, mas bem mais potentes: no DES são 500 megapixels, contra 5 da sua máquina.

O Brasil bancou 1% do orçamento inicial de US$ 30 milhões do projeto e mobilizará uma equipe de dez pesquisadores para fazer softwares que vão gerenciar, processar, e armazenar os dados do DES.

As observações vão começar em 2010 e devem durar cinco anos. O levantamento vai consumir apenas 30% do tempo útil do telescópio e das CCDs, que poderão ser usadas para outros projetos.

Especial
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