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24/03/2007
-
10h50
TALITA FIGUEIREDO
da Folha de S.Paulo, no Rio
Pesquisadores da Coppe (Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro) alertam: não há no país, especialmente no Rio de Janeiro, nenhum plano para combater os resultados da elevação do nível do mar provocada pelo aquecimento global, que pode chegar a mais de meio metro em 2100.
"Não existe plano porque estamos cegos pela falta de informação. Os efeitos são crescentes: não é um furacão que vem de uma hora para outra, é um problema que cresce em doses homeopáticas. Quando começar a incomodar, já será tarde para agir", afirmou Paulo Cesar Rosman, especialista em engenharia costeira da Coppe.
Rosman defende que seja iniciado "imediatamente" um trabalho de levantamento topográfico de áreas de baixada, que devem ser as mais afetadas no Estado, e de acompanhamento da elevação do nível do mar, para que se defina onde haverá necessidade de desapropriações por causa de alagamentos.
Algumas medidas já podem ser tomadas, como ele sugeriu ontem no seminário "Adaptação e Vulnerabilidade do Rio de Janeiro à Elevação do Nível do Mar pelo Aquecimento Global", na UFRJ.
Na faixa de areia de cerca de 3,5 km de extensão nas praias de Ipanema e Leblon, na zona sul do Rio, seria necessário aumentar a quantidade de areia em mais 1 milhão de metros cúbicos, para dissipar a energia da ressaca. Essa é a estimativa de perda de areia nas últimas décadas, com as sucessivas dragagens do canal do Jardim de Alah, que divide as duas praias.
"Custa caro sim, talvez uns R$ 20 milhões, mas é uma forma de manter o patrimônio paisagístico do lugar e sua estrutura de lazer. É uma solução que não causa impacto visual."
As praias de São Conrado, Barra e Recreio devem ter soluções mais complicadas, porque os prédios foram construídos muito próximos ao mar e a extensão é muito maior.
Baixadas
A Baixada Fluminense, a área mais pobre e populosa do Estado, deverá ser mais afetada do que a zona costeira. Hoje, as chuvas já fazem transbordar rios como o Sarapuí.
"Se o nível do mar subir, as enchentes serão mais freqüentes. Além da construção de diques, ali será necessário fazer desapropriações. Nesses locais pode-se fazer praças e áreas de lazer, que possam ser inundadas de vez em quando", sugeriu Paulo Canedo, do Laboratório de Hidrologia da Coppe.
Para Luiz Pinguelli Rosa, secretário do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, a engenharia brasileira pode enfrentar problemas. "Pela primeira vez se colocou a idéia de uma engenharia climática para enfrentar os desafios que vamos ter pela frente", afirmou.
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da Folha de S.Paulo, no Rio
Pesquisadores da Coppe (Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro) alertam: não há no país, especialmente no Rio de Janeiro, nenhum plano para combater os resultados da elevação do nível do mar provocada pelo aquecimento global, que pode chegar a mais de meio metro em 2100.
"Não existe plano porque estamos cegos pela falta de informação. Os efeitos são crescentes: não é um furacão que vem de uma hora para outra, é um problema que cresce em doses homeopáticas. Quando começar a incomodar, já será tarde para agir", afirmou Paulo Cesar Rosman, especialista em engenharia costeira da Coppe.
Rosman defende que seja iniciado "imediatamente" um trabalho de levantamento topográfico de áreas de baixada, que devem ser as mais afetadas no Estado, e de acompanhamento da elevação do nível do mar, para que se defina onde haverá necessidade de desapropriações por causa de alagamentos.
Algumas medidas já podem ser tomadas, como ele sugeriu ontem no seminário "Adaptação e Vulnerabilidade do Rio de Janeiro à Elevação do Nível do Mar pelo Aquecimento Global", na UFRJ.
Na faixa de areia de cerca de 3,5 km de extensão nas praias de Ipanema e Leblon, na zona sul do Rio, seria necessário aumentar a quantidade de areia em mais 1 milhão de metros cúbicos, para dissipar a energia da ressaca. Essa é a estimativa de perda de areia nas últimas décadas, com as sucessivas dragagens do canal do Jardim de Alah, que divide as duas praias.
"Custa caro sim, talvez uns R$ 20 milhões, mas é uma forma de manter o patrimônio paisagístico do lugar e sua estrutura de lazer. É uma solução que não causa impacto visual."
As praias de São Conrado, Barra e Recreio devem ter soluções mais complicadas, porque os prédios foram construídos muito próximos ao mar e a extensão é muito maior.
Baixadas
A Baixada Fluminense, a área mais pobre e populosa do Estado, deverá ser mais afetada do que a zona costeira. Hoje, as chuvas já fazem transbordar rios como o Sarapuí.
"Se o nível do mar subir, as enchentes serão mais freqüentes. Além da construção de diques, ali será necessário fazer desapropriações. Nesses locais pode-se fazer praças e áreas de lazer, que possam ser inundadas de vez em quando", sugeriu Paulo Canedo, do Laboratório de Hidrologia da Coppe.
Para Luiz Pinguelli Rosa, secretário do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, a engenharia brasileira pode enfrentar problemas. "Pela primeira vez se colocou a idéia de uma engenharia climática para enfrentar os desafios que vamos ter pela frente", afirmou.
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