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04/01/2001
-
16h30
da Folha Online
A Fapesp anunciou oficialmente hoje a conclusão dos trabalhos de sequenciamento do genoma da Xanthomonas citri, mostrando uma capacidade de trabalho quatro vezes superior à com que foi desvendado o genoma da Xylella fastidiosa.
A Xanthomonas é bactéria causadora do cancro cítrico, uma praga sem cura que obriga citricultores a abrirem clareiras no meio dos laranjais para evitar sua disseminação. A doença causa um prejuízo anual de R$ 110 milhões em São Paulo.
O cientistas ligados ao projeto terminaram nas vésperas do último natal a etapa inicial, a enumeração dos nucleotídeos (unidades que compõem o DNA) e devem concluir até o final do mês a determinação de todos os genes, as sequências que operam a produção de proteínas no organismo da bactéria.
A Xanthomonas é o segundo patógeno vegetal a ser sequenciado por um projeto da Fapesp, que já terminou o trabalho com a Xylella fastidiosa, causadora da praga do amarelinho nas laranjas.
O avanço da técnica de sequenciamento e o know-how adquirido pelos cientistas aumentou consideravelmente a velocidade de trabalho. "No geral, a Xanthomonas foi feita quatro vezes mais rápido que a Xylella", diz a coordenadora do projeto, Ana Cláudia Rasera, do Instituto de Química da USP. "A gente tinha um genoma com o dobro do tamanho, e fez (o sequenciamento) com metade dos laboratórios, na metade do tempo."
O orçamento, US$ 4 milhões, também saiu mais barato do que o anteriormente previsto, de US$ milhões. Ao total, tudo foi concluído em 14 meses com uma equipe de 70 pesquisadores associados a 13 laboratórios.
Após o término da segunda etapa, o grupo de pesquisa começará determinar o genoma funcional da bactéria, fase em que são selecionados alguns genes para se entender como eles interagem com a planta para causar a doença.
Modelo Biológico
A Fapesp prevê para daqui a quatro meses, a conclusão do genoma de outra bactéria da mesma família, a Xanthomonas campestris, que já tem 85% de seus genes sequenciados.
Segundo Ana Cláudia Rasera, a importância desta terceira variedade de bactéria é que ela é um modelo biológico. "Ela ataca uma planta que é um modelo para se estudar em laboratório, no caso, a Arabidopsis thaliana (da família do agrião), que já está com genoma pronto".
Tendo os genomas do parasita e da planta afetada, pode-se usá-los para estudar a relação que causa a doença. A criação de um tratamento baseado nas informações genéticas, no entanto, é algo para o qual ainda não há previsão.
Projeto genoma quadruplica velocidade de trabalho com bactérias
RAFAEL GARCIAda Folha Online
A Fapesp anunciou oficialmente hoje a conclusão dos trabalhos de sequenciamento do genoma da Xanthomonas citri, mostrando uma capacidade de trabalho quatro vezes superior à com que foi desvendado o genoma da Xylella fastidiosa.
A Xanthomonas é bactéria causadora do cancro cítrico, uma praga sem cura que obriga citricultores a abrirem clareiras no meio dos laranjais para evitar sua disseminação. A doença causa um prejuízo anual de R$ 110 milhões em São Paulo.
O cientistas ligados ao projeto terminaram nas vésperas do último natal a etapa inicial, a enumeração dos nucleotídeos (unidades que compõem o DNA) e devem concluir até o final do mês a determinação de todos os genes, as sequências que operam a produção de proteínas no organismo da bactéria.
A Xanthomonas é o segundo patógeno vegetal a ser sequenciado por um projeto da Fapesp, que já terminou o trabalho com a Xylella fastidiosa, causadora da praga do amarelinho nas laranjas.
O avanço da técnica de sequenciamento e o know-how adquirido pelos cientistas aumentou consideravelmente a velocidade de trabalho. "No geral, a Xanthomonas foi feita quatro vezes mais rápido que a Xylella", diz a coordenadora do projeto, Ana Cláudia Rasera, do Instituto de Química da USP. "A gente tinha um genoma com o dobro do tamanho, e fez (o sequenciamento) com metade dos laboratórios, na metade do tempo."
O orçamento, US$ 4 milhões, também saiu mais barato do que o anteriormente previsto, de US$ milhões. Ao total, tudo foi concluído em 14 meses com uma equipe de 70 pesquisadores associados a 13 laboratórios.
Após o término da segunda etapa, o grupo de pesquisa começará determinar o genoma funcional da bactéria, fase em que são selecionados alguns genes para se entender como eles interagem com a planta para causar a doença.
Modelo Biológico
A Fapesp prevê para daqui a quatro meses, a conclusão do genoma de outra bactéria da mesma família, a Xanthomonas campestris, que já tem 85% de seus genes sequenciados.
Segundo Ana Cláudia Rasera, a importância desta terceira variedade de bactéria é que ela é um modelo biológico. "Ela ataca uma planta que é um modelo para se estudar em laboratório, no caso, a Arabidopsis thaliana (da família do agrião), que já está com genoma pronto".
Tendo os genomas do parasita e da planta afetada, pode-se usá-los para estudar a relação que causa a doença. A criação de um tratamento baseado nas informações genéticas, no entanto, é algo para o qual ainda não há previsão.
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