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04/01/2001 - 17h21

Pesquisadores desenvolvem novo medicamento para cirrose hepática

da France Presse
em Paris

A utilização de um medicamento, ainda não-comercializado, permite uma solução às graves hemorragias digestivas vinculadas à cirrose hepática, informa um estudo científico francês.

O medicamento Vapreotide, do laboratório farmacêutico suíço Debiopharm, não foi comercializado ainda, e está pendente de aprovação na União Européia e Estados Unidos.

Serão realizadas pesquisas na América Latina para verificar a capacidade do Vapreotide para reduzir significativamente a mortalidade, disse o médico Paul Calès, que dirigiu o estudo.

Enquanto se espera a comercialização do novo remédio está se utilizando um produto da mesma família, o Octreotide (Novartis). O Octreotide se usa na França desde 1998, mas não nos Estados Unidos.

"A cada ano na França morrem de cirrose 10 mil pessoas, das quais 1.500 devido a problemas hemorrágicos digestivos, principal complicação da doença", afirmou Calès.

O estudo, que se realizou em 22 hospitais, baseou-se em 227 pacientes cirróticos hospitalizados por hemorragias digestivas brutais provocadas por varizes esofágicas, as quais são a principal complicação desta doença hepática.

Os pacientes foram divididos em dois grupos, um que recebeu imediatamente o Vapreotide e outro que recebeu um placebo. Em todos foram feitas endoscopias para ligar as varizes e deter a
hemorragia.

"O tratamento com Vapreotide mais a endoscopia permitiu aumentar o controle da crise em cinco dias, impedindo que se repetissem as hemorragias e reduzindo a quantidade de mortes", disse o especialista.

Obteve-se uma "baixa de um terço da mortalidade em um prazo de 42 dias depois do tratamento, cifra significativa em um plano estatístico. O objetivo do estudo não era a mortalidade, para o qual seria necessária maior quantidade de pacientes, mas os benefícios que implicava a administração precoce do remédio sem esperar a endoscopia", informou.

"Pensamos que este tratamento permitirá evitar um terço das mortes anuais provocadas por essas hemorragias", disse.

Seu otimismo se apóia sobre uma análise que agrupa cinco estudos relativamente similares, mas com uma administração um pouco mais tardia de um medicamento diferente.

O Vapreotide foi descoberto pelo prêmio Nobel de Medicina americano Andrew Schally.
 

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