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29/01/2001 - 09h38

Comandante da Estação Espacial Internacional conta altos e baixos

das agências internacionais

A vida a bordo da ISS (Estação Espacial Internacional) é barulhenta, agitada e nunca chega perto da monotonia, afirma seu comandante. Os três habitantes da instalação em órbita, há três meses no espaço, dizem que estão muito ocupados para ficar entediados ou deprimidos.

"Definitivamente estamos sempre ligados, graças à programação que o controle de terra tem nos dado", diz o comandante norte-americano Bill Shepherd.

O principal problema vivido pelo trio é barulho. Eles precisam usar tampões de ouvido para dormir, por conta do ruído provocado pelos equipamentos. "Gostaríamos de ver o nível de barulho baixar", afirma Shepherd.

Ele conta que o ritmo de trabalho tem sido forte, mas nem sempre as coisas saem como planejado. "Para mim, a coisa mais frustrante tem sido tentar fazer o melhor para cumprir as expectativas do pessoal no chão. Todo mundo quer ter as coisas feitas, mas algumas vezes simplesmente não dá."

Apesar de Shepherd e seus colegas -os cosmonautas russos Yuri Gidzenko e Sergei Krikalev- terem reclamações a fazer, eles têm evitado conflitos com os controladores. "Sabemos que há um monte de coisas que poderiam ser melhores, mas tentamos não ser muito críticos, porque, no fim das contas, tudo isso não importa. O que importa é que temos pessoas no espaço. A estação está funcionando e estamos fazendo progressos em sua construção. Isso é que é importante", diz Shepherd.

Após atrasos com o lançamento do ônibus espacial Atlantis (que deve levar o módulo laboratório da estação, o Destiny), a volta da tripulação deve acontecer mais tarde que o previsto, em março.

Cotidiano espacial

A rotina do trio que está vivendo na estação é no mínimo pesada. Os três são acordados por um barulhento despertador às 6h (horário de Greenwich) -regulado para superar os ruídos já produzidos pelos equipamentos do módulo Zvezda- e saem de seus sacos de dormir, feitos para evitar que eles fiquem flutuando pela estação enquanto dormem.

Após acordar, os três entram na fila para usar o banheiro -mas tomar banho não é moleza em um ambiente sem gravidade. Em vez de usar chuveiros, a tripulação usa esponjas molhadas para limpar o corpo. O tempo destinado a eles para higiene e um merecido café da manhã é de 90 minutos.

Às 7h30, eles param para ler a correspondência -os tripulantes têm acesso a seu e-mail-, confirmar as notícias da Terra e preparar uma lista das tarefas do dia. Meia hora depois, eles conferem a lista com a equipe de terra e se põem a trabalhar.

Meio-dia é a hora do almoço. A comida dos astronautas é separada em pacotes individuais e aquecida em uma espécie de forno de microondas. As bebidas são pós reidratados. Depois da refeições, eles voltam ao trabalho.

Um último contato é feito com os controladores por volta das 18h15, para relatar as tarefas executadas e discutir o dia seguinte.

Cada um deve reservar duas horas do dia para exercícios físicos -no espaço é preciso manter a forma. O objetivo é reduzir o ritmo com que os músculos atrofiam, um dos inconvenientes causados pela ausência de peso.

Terminado o dia de trabalho, a tripulação tem mais duas horas para jantar e formar nova fila no banheiro. E, antes de dormir, nada de uma bebida para relaxar. Na estação espacial russa Mir até seria possível. Mas, em instalações cumpridoras da lei norte-americana, é proibido o consumo de bebidas alcóolicas.
 

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