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30/01/2001 - 17h57

USP desenvolve anestésico com menos efeitos colaterais

da Folha Online

Um grupo de pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da USP (Universidade de São Paulo) desenvolveu um novo tipo de anestésico local, com duração mais prolongada e efeitos colaterais menos nocivos.

A pesquisa que gerou a simocaína foi coordenada pela professora Maria Simonetti, do Laboratório de Anestésicos Locais e do Estudo da Dor (Laled), do Departamento de Farmacologia.

"Testes com ratos mostraram que a simocaína, primeiro anestésico brasileiro, é de 30% a 40% menos cardiotóxica, o que representa uma sensível diminuição dos riscos que qualquer pessoa submetida a uma anestesia regional tem de ter parada cardíaca", explica a pesquisadora. "O próximo passo será estudar os efeitos do novo fármaco sobre o homem, por meio de testes que comprovem sua eficácia e suas vantagens com relação aos compostos atualmente utilizados."

A nova substância funciona com base em isômeros químicos, moléculas que se organizam aos pares. As substâncias criadas pelo ICB têm a função de bloquear os impulsos nervosos da dor, causando sensação de amortecimento.

Alguns isômeros, considerados "ruins", são causadores dos efeitos colaterais nos casos de erro médico, mas são necessários para a eficácia da droga. A combinação entre os "bons" e "ruins" é o que explica o funcionamento dos anestésicos locais.

Recombinando isômeros "bons" e "ruins", na proporção de 75% para 25%, respectivamente, Maria Simonetti obteve uma boa anestesia com analgesia pós-operatória, sem nenhum impacto nocivo. "Os isômeros ruins são necessários para que o remédio seja eficaz", enfatiza a pesquisadora. "A proporção de bons e ruins pode variar de acordo com o tipo de utilização a ser dada para a simocaína."

Segundo a professora, o laboratório já deu entrada no pedido de patente em nome da USP, no Inpi (Instituto Nacional de Proteção a Inventos).

Para Maria Simonetti, o anestésico ideal, "potente e não tóxico", não existe. Mas a simocaína apresenta vantagens comparada a outros medicamentos do mesmo tipo. Ela é mais analgésica, age mais rápido e seu efeito tem duração ampliada.

"A próxima etapa será composta pelos testes em humanos e a viabilização da produção em escala industrial, a partir da parceria com alguma empresa que se interessar pelo projeto."

As informações são da Agência USP.
 

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