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12/02/2001 - 16h19

Pele produzida por bioengenharia cicatriza úlcera em diabético

da Reuters
em Nova York

Um tecido experimental, produzido por bioengenharia e cultivado a partir de pele humana, parece apressar a cicatrização de úlcera nos pés de diabéticos, informaram resultados de um estudo.

Em consequência da pouca circulação e da baixa capacidade de combater infecções, muitos diabéticos têm úlcera nos pés que apresentam cicatrização difícil. Algumas vezes, o dano pode ser tão grave que o pé precisa ser amputado.

Atualmente, o tratamento envolve um curativo para manter a ferida úmida, mas um tipo de tecido experimental chamado Dermagraft parece oferecer cicatrização mais rápida e mais extensa, segundo Jason Hanft, especialista do Foot and Ankle Institute of South Florida (Instituto do Pé e Tornozelo), em South Miami.

Hanft explicou que células da pele do prepúcio de crianças são cultivadas em uma tela absorvente para formar tecido. As células do prepúcio podem eventualmente crescer para formar 250 mil blocos de células de pele, disse o especialista.

Depois de formado, o tecido é congelado até ser utilizado. Após ser colocado em água quente para descongelar, é aplicado na úlcera e coberto com uma atadura não aderente e um curativo úmido. Hanft observou que o tecido não substitui a pele, mas induz e melhora a capacidade natural do corpo de cicatrização e fornece um "suporte" para as células de pele.

No estudo, 28 pacientes diabéticos com úlcera nos pés foram selecionados aleatoriamente para tratar os ferimentos com Dermagraft ou somente com gaze e ataduras. Os pacientes receberam até oito aplicações do tecido durante o estudo de 12 semanas. Os dois grupos de pacientes receberam palmilhas especiais para usar nos sapatos e visitas de acompanhamento uma vez por semana.

Após 12 semanas, cerca de 71% das úlceras crônicas cicatrizaram em pacientes tratados com o tecido comparado a apenas 14% dos que receberam apenas gaze, segundo Hanft. Em média, a área cicatrizada foi duas vezes maior em feridas tratadas com tecido modificado geneticamente, observou o especialista.

Além disso, as feridas tratadas com o tecido cicatrizaram significativamente mais depressa e as infecções ocorreram com menor frequência que nos pacientes cujas feridas foram cobertas com gaze, informaram os pesquisadores.

Hanft apresentou o trabalho em Nova Orleans (Louisiana), durante o encontro anual do American College of Foot and Ankle Surgeons. A pesquisa faz parte de um teste nacional do Dermagraft.

O fabricante do Dermagraft, a Advanced Tissue Sciences Inc., financiou a pesquisa. O tecido ainda não foi aprovado para uso pela FDA, agência norte-americana para controle de drogas e alimentos.
 

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