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16/02/2001 - 12h56

OMS realiza reunião mundial para combater danos do álcool

da France Presse, em Genebra

A OMS (Organização Mundial da Saúde), a União Européia, Canadá e Estados Unidos se reunirão de 19 a 21 de fevereiro em Estocolmo para elaborar um plano de ação destinado a reduzir os danos que o consumo de álcool causa a sociedade, em particular aos jovens.

Mais de cinco anos depois da adoção, em dezembro de 1995 em Paris, da Carta Européia sobre Consumo de Álcool, a conferência de Estocolmo vai avaliar os resultados dos últimos estudos sobre as consequências do consumo de álcool entre os jovens e sobre as estratégias para combater esse fenômeno.

Em seu último informe a esse respeito, a OMS estimou que em 2000 o álcool foi causa direta de 775.000 mortes no mundo e que pode ser considerado como responsável por 3,5% de todas as mortes e situações de invalidez do planeta.

"Estas estimativas da OMS mostram a amplitude do fenômeno e suas consequências sobre a saúde humana", declarou Maristela Monteiro, funcionária da OMS, organismo com sede em Genebra.

A organização informou que o consumo de álcool tem tendência a diminuir nos países desenvolvidos e a aumentar nos países em desenvolvimento, sendo que a média mundial fica entre 5 e 9 litros anuais por adulto.

As políticas dos países em relação ao álcool e aos fabricantes e distribuidores de bebidas alcoólicas têm grandes possibilidades de se encontrarem no banco dos réus em Estocolmo, para onde foram convidados os ministros de Saúde e da Juventude de 51 países, além de especialistas e associações não governamentais especializadas no alcoolismo.

As indústrias do álcool, cada vez mais poderosas no mercado globalizado, podem gastar somas consideráveis para estudar as preferências dos consumidores, em particular os jovens, para criarem novos produtos e para promovê-los a nível internacional, assinala um estudo da Universidade de Glasgow (Escócia).

Essa estratégia "põe em grave risco a saúde dos grupos aos quais se dirige (...) minimizando e ocultando os perigos do produto", segundo Franklin Apfel, do escritório da OMS em Copenhague.

Como ocorre com o tabaco, as empresas que fabricam bebidas alcoólicas se esforçam em promover entre a população, de preferência a jovem, uma imagem de liberdade e de independência ligada ao consumo de álcool, em vez de insistir em suas consequências para a saúde.

O que é ainda mais grave, a conferência de Estocolmo vai enfaztizar os efeitos nefastos, às vezes catastróficos, das exigências da OMC (Organização Mundial do Comércio), a qual conseguiu que fossem desmanteladas políticas nacionais de luta contra o alcoolismo em nome do sancrossanto princípio de liberdade de acesso a todos os mercados, um dos conceitos fundamentais da globalização.
 

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