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19/02/2001 - 18h07

Aquecimento global vai aumentar a distância entre ricos e pobres

das agências internacionais

Os países pobres e as regiões pobres dos países ricos serão as maiores vítimas dos desastres ambientais acarretados pelo aquecimento global neste século, afirma um relatório das Nações Unidas divulgado ontem em Genebra, na Suíça.

O levantamento é o segundo concluído este ano pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática), um fórum mundial de cientistas dedicado a estudar as causas e consequências do efeito estufa.

As conclusões do relatório, disponíveis na Internet (www.ipcc.ch/ pub/spm19- 02.pdf), são apocalípticas. No mundo inteiro as inundações e as secas serão mais graves, causando colapso da agricultura e escassez maciça de água.

Boa parte da América Latina, da África e da Ásia_em resumo, o Terceiro Mundo_ veria um declínio na produtividade das lavouras, uma redução na cobertura florestal e o espalhamento de novas doenças. Nessas regiões, de baixa tecnologia, a adaptação à nova realidade climática seria mais lenta.

Nas regiões temperadas do hemisfério Norte, por outro lado, algumas lavouras seriam beneficiadas por um aquecimento modesto da atmosfera e por um aumento na quantidade de gás carbônico, o principal responsável pelo do efeito estufa _mas essencial à fotossíntese.

No entanto, adverte o relatório, as mudanças climáticas aumentariam o abismo existente entre ricos e pobres no Primeiro Mundo: comunidades indígenas nos EUA e na Austrália e algumas regiões do sul da Europa também são menos adaptáveis.

Longe da Genebra, em San Francisco, EUA, um grupo de pesquisadores também lançou um alerta sobre o clima: durante a reunião da AAAS, geólogos da Universidade de Ohio afirmaram que as capas de gelo das montanhas tropicais, como os Andes, podem desaparecer em uma geração ou duas se a tendência de aquecimento do planeta se mantiver constante. A do Kilimanjaro, na África, já sofreu redução de 80% desde 1912.

Entre maio e julho deste ano, representantes de governos do mundo inteiro tentarão, na Alemanha, chegar a um acordo sobre o Protocolo de Kyoto, um mecanismo de redução de gases-estufa. A última reunião, realizada em novembro passado na Holanda, não deu em nada.
 

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