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21/02/2001 - 20h36

Rússia está pronta para a destruição da estação espacial Mir

SALVADOR NOGUEIRA
da Folha de S.Paulo

"Cuidado com os idos de março." Essa frase profética, tirada da peça shakespeareana "Júlio César", há muito deixou de atormentar o mais famoso imperador romano. Mas ela pode muito bem estar voltando agora, para assombrar o programa espacial russo.

Entre os dias 13 e 15 do mês que vem a estação Mir _símbolo máximo da presença russa no espaço_ estará voltando à Terra, para encontrar seu destino nas águas do Pacífico. Se tudo der certo.

É quase unânime entre os cientistas a opinião de que o procedimento que conduzirá o complexo ao oceano é razoavelmente simples e seguro, embora a estação já esteja bastante debilitada, em razão da idade avançada e da falta de financiamento adequado.

Apesar das dificuldades, a competência russa para o procedimento é reconhecida. "Se um país que envia e traz de volta astronautas há 40 anos não for capaz de fazê-lo, quem mais será?", indaga Petrônio Noronha de Souza, da Divisão de Mecânica Espacial e Controle do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Entre os protagonistas da história _os russos_ o otimismo também reina. Mas, como grande potência espacial, eles sabem que não podem contar só com a sorte.

"A probabilidade de falha é muito baixa. Entretanto, se acontecer, uma tripulação de emergência será despachada para a estação. Isso aconteceu com a estação Salyut-7, quando uma tripulação de emergência atracou manualmente, após a perda de contato e de controle. A tripulação corrigiu os problemas e a estação prosseguiu sua vida", contou à Folha Alexander Sukhanov, do Instituto de Pesquisa Espacial da Academia de Ciências da Rússia.

Sukhanov, que já trabalhou em diversos projetos espaciais, como experimentos a bordo da Mir e a criação da sonda russa Mars-96, está atualmente trabalhando no Inpe, onde ficará até o fim do ano.
 

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