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22/02/2001 - 12h50

Esporte amortece a dor de modo diferente em homens e mulheres

da Reuters, em Nova York

Considera-se que o estresse dos esportes competitivos tem um efeito temporário de amortecer a dor, basicamente porque a adrenalina produzida pela disputa elimina a percepção da sensação pelos atletas. Pode haver diferenças na maneira como essa "analgesia induzida pelo estresse" opera em homens e mulheres, mostrou uma nova pesquisa.

Para os homens, a vibração da competição poderia disparar uma capacidade natural do corpo de inibir a dor, enquanto as mulheres obtêm o mesmo benefício com atividades físicas menos disputadas, verificaram os pesquisadores.

Os especialistas observam há muito tempo que os esportes competitivos parecem ter um efeito analgésico. O fenômeno pode ser verificado nos atletas que não se dão conta que estão machucados até saírem da quadra, explicou Wendy F. Sternberg.

Se essa supressão da dor é resultado do exercício ou do espírito de competição do esporte ainda não está claro. Para Sternberg, o estresse é uma "experiência global do corpo" e pode resultar de esforço físico, desafios mentais ou ambos.

Para determinar o que confere ao esporte o poder de supressão da dor, a equipe do Haveford College, na Pensilvânia, observou o efeito analgésico de atividades competitivas ou não entre 41 atletas universitários e 22 não atletas.

Verificaram nos homens que a supressão da dor depende mais da competição que da atividade física, enquanto para as mulheres o exercício foi fundamental.

O trabalho foi publicado na edição de fevereiro do Journal of Pain.

Os pesquisadores examinaram a percepção da dor dos participantes no início do estudo e depois de uma das três atividades: correr numa competição, correr em esteira, e competir numa simulação de videogame. A percepção da dor foi medida com os estudantes mergulhando o braço dentro de um recipiente com água gelada.

Sternberg esperava que a competição apresentasse os maiores feitos de amortecimento da dor, já que poderia provocar estresse físico e mental. Os pesquisadores verificaram que a competição aumentou o limiar de dor dos estudantes, mas o efeito foi mais forte entre homens que entre mulheres.

A real surpresa veio dos resultados dos outros dois testes, disse a pesquisadora. Se a competição no videogame elevou o limiar da dor dos homens não fez nada para as mulheres. Já a esteira demonstrou efeitos de supressão da dor entre mulheres e não funcionou entre homens.

"Não esperávamos diferenças tão grandes entre os sexos", disse Sternberg.

Os resultados não significam que as mulheres não sejam competitivas, disse a pesquisadora. Mas certas atividades competitivas como videogame podem ter mais sentido para homens.

Atualmente, a equipe está avaliando os efeitos de outras formas sedentárias de competição para verificar se as diferenças sexuais persistem.

"Isso poderia ser resumido como os homens sendo mais competitivos que as mulheres em certas circunstâncias", disse a pesquisadora.
 

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