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23/02/2001 - 14h48

Perfil genético pode ajudar a tratar câncer de mama

da Reuters, em Nova York

Diferentes grupos de genes são ativados em padrões específicos nas células cancerosas de pacientes portadoras de BRCA1 e BRCA2, genes associados a formas hereditárias de câncer de mama e ovário, informaram pesquisadores.

As conclusões podem ajudar os médicos a desenvolver terapias individualizadas para mulheres com câncer de mama hereditário, baseadas no tipo específico da doença de cada paciente.

Perfis genéticos de câncer como este apresentam um "padrão, uma espécie de impressão digital para cada tipo de tumor", explicou o chefe do estudo, Jeffrey Trent, do Instituto Nacional de Saúde (NIH), em Bethesda (Maryland). "Essa impressão digital mostra genes fundamentais envolvidos no desenvolvimento e progressão do tumor", disse o pesquisador.

O trabalho foi publicado na edição de 22 de fevereiro do New England Journal of Medicine.

As mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 estão associadas ao desenvolvimento do câncer de mama hereditário, mas podem existir diferenças genéticas adicionais entre esses dois tipos de câncer, informou a equipe.

Os pesquisadores usaram a sofisticada tecnologia de mapeamento genético para comparar padrões de genes expressos no câncer de mama hereditário -- associados aos genes BRCA1 e BRCA2 -, não hereditários e tumores "esporádicos".

Entre mais de 3.200 genes analisados, 51 estavam expressos em níveis diferentes o bastante para distinguir estes três tipos de células de câncer de mama, indicou o trabalho.

"Não chega a ser surpresa o fato de esses genes decisivos estarem envolvidos em vários aspectos da progressão do câncer", explicou David Duggan, um dos membros da equipe. Integrantes deste seleto grupo de genes parecem influenciar mecanismos celulares relacionados ao câncer como reparo do DNA, divisão e morte celular.

Um número relativamente pequeno de genes, nove, diferenciaram os tipos de câncer com e sem mutação BRCA1. Apenas 11 genes distinguem os tumores positivos para BRCA2 dos tumores negativos.

Experiências que mediram os níveis de proteína nos três tipos de câncer de mama confirmaram as conclusões dos estudos de expressão dos genes, informaram os autores.

"Estamos entrando em uma nova fase, onde métodos para analisar milhares de genes juntos podem ajudar a vencer os desafios do diagnóstico e do tratamento", sugeriu Todd Golub, da Escola de Medicina de Harvard, em Boston.

Dan Von Hoff, diretor do Centro para Câncer do Arizona, em Tucson, concordou. "As conclusões vão nos capacitar a projetar melhores estratégias de prevenção e tratamento para pacientes com câncer de mama hereditário e para muitos outros tipos de câncer cujas bases genéticas serão elucidadas", declarou Hoff.
 

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