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12/03/2001 - 17h16

Médicos podem cassar licença de cientista que quer clonar humano

da AP, em Roma

O médico especialista em fertilidade que prometeu fazer a primeira clonagem de um ser humano pode perder sua licença para praticar a profissão na Itália, informou hoje a associação médica do país.

O médico Severino Antinori foi convocado pela seção regional da entidade para explicar o projeto, que expôs na semana passada em uma conferência em Roma que atraiu a tenção de todo o mundo.

"Estamos absolutamente contra toda a tentativa de clonagem humana", disse o médico Benito Meledandri, presidente da divisão local da associação.

Todo integrante que tentar clonar um ser humano se "arrisca a ser um objeto de sanções que vão desde uma advertência até a expulsão", disse.

A expulsão significaria que Antinori perderia seu direito à prática da medicina, disse o porta-voz da associação nacional, o médico Marco Poladas.

A Itália, que ainda não tem leis contra a clonagem humana, está avaliando às pressas uma proibição emitida pelo Conselho Europeu. O acordo já foi aprovado pelo Senado e está pendente na agenda da câmara baixa.

Antinori trabalha com Panos Zavos, um pesquisador de processos reprodutivos que pediu demissão da Universidade de Kentucky (EUA).

O médico italiano não comentou hoje a decisão da associação. Ele teria dito em entrevista a um jornal italiano que a associação médica "cedeu às pressões da imprensa e das instituições religiosas".

Os médicos envolvidos no projeto disseram que fariam os trabalhos de clonagem em um país do Mediterrâneo, sem dizer qual, mas insinuando que poderia ser Israel.

Antinori disse que procuraria asilo "político e científico" se os ataques a seu trabalho continuarem na Itália.

Israel negou de imediato que poderia ser a sede dos experimentos. O ministro de Saúde do país afirmou que a clonagem humana é ilegal e quem a empreender será "culpado por crime".

Antinori afirmou que o plano prevê a clonagem do primeiro humano em um ano. Ele insiste em que a medida seja classificada como tratamento de fertilidade e negou as insinuações de que carrega um problema ético.

Os cientistas que clonaram animais advertem para o perigo das experiências, que resultaram em centenas de embriões mortos ou com deformidades antes de se obter o sucesso.

Antinori e Zavos disseram que já receberam mensagens de dezenas de casais voluntários se oferecendo para a pesquisa.
 

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