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15/03/2001
-
07h31
especial para a Folha
Homens e macacos conseguem distinguir as cores vermelha e verde -uma capacidade única entre os mamíferos- porque isso ajudou para que seus ancestrais comuns consumissem as folhas mais nutritivas das plantas, aquelas mais jovens e avermelhadas.
Essa hipótese recebeu bom reforço com a pesquisa de Nathaniel Dominy e Peter Lucas, da Universidade de Hong Kong. Os dois observam o comportamento de quatro espécies de primatas (ordem à qual pertencem o homem e os macacos) em uma reserva em Uganda, África central.
Em muitas plantas nos trópicos as folhas mais novas, mais nutritivas e palatáveis, têm cor mais avermelhada. Dominy e Lucas observaram que tanto chimpanzés como macacos menores eram capazes de escolher as folhas mais nutritivas em meio à vegetação graças a essa cor distinta.
A distinção entre vermelho e verde é possível aos animais com a chamada visão tricromática, ou a capacidade de enxergar a combinação das três cores fundamentais (vermelho, verde e azul). Os dicromáticos enxergam apenas duas cores, azul e amarelo.
A maioria dos cientistas acredita que a visão tricromática evoluiu porque auxilia na detecção de comida -em geral frutas-, embora existam os que acreditem que ela possa ter surgido pelo seu papel sexual, ao facilitar a identificação de um companheiro ou companheira qualificado.
Os dados da dupla, publicados hoje na revista "Nature", mostram que nas espécies estudadas a visão tricromática foi essencial para detectar as folhas.
A distinção entre vermelho e verde é comum nos macacos do Velho Mundo (Europa, Ásia e África), mas existe no Novo Mundo (Américas) apenas no gênero Alouatta, dos guaribas ou bugios, dizem os autores.
"Um grande mistério reside aí em São Paulo. O muriqui, nome científico Brachyteles arachnoides, é o único outro macaco do Novo Mundo que consome grande quantidade de folhas -eu já os vi comendo folhas vermelhas-, mas a sua visão nunca foi testada", disse Dominy à Folha.
Para saber se um animal é dicromático ou tricromático basta olhar seu material genético, já que os genes que codificam a visão são bem conhecidos, diz Dominy.
Outra maneira é jogar luzes coloridas na retina de um animal sedado e verificar os impulsos elétricos gerados pelos neurônios.
Visão de três cores ajuda primatas na alimentação, diz pesquisa
RICARDO BONALUME NETOespecial para a Folha
Homens e macacos conseguem distinguir as cores vermelha e verde -uma capacidade única entre os mamíferos- porque isso ajudou para que seus ancestrais comuns consumissem as folhas mais nutritivas das plantas, aquelas mais jovens e avermelhadas.
Essa hipótese recebeu bom reforço com a pesquisa de Nathaniel Dominy e Peter Lucas, da Universidade de Hong Kong. Os dois observam o comportamento de quatro espécies de primatas (ordem à qual pertencem o homem e os macacos) em uma reserva em Uganda, África central.
Em muitas plantas nos trópicos as folhas mais novas, mais nutritivas e palatáveis, têm cor mais avermelhada. Dominy e Lucas observaram que tanto chimpanzés como macacos menores eram capazes de escolher as folhas mais nutritivas em meio à vegetação graças a essa cor distinta.
A distinção entre vermelho e verde é possível aos animais com a chamada visão tricromática, ou a capacidade de enxergar a combinação das três cores fundamentais (vermelho, verde e azul). Os dicromáticos enxergam apenas duas cores, azul e amarelo.
A maioria dos cientistas acredita que a visão tricromática evoluiu porque auxilia na detecção de comida -em geral frutas-, embora existam os que acreditem que ela possa ter surgido pelo seu papel sexual, ao facilitar a identificação de um companheiro ou companheira qualificado.
Os dados da dupla, publicados hoje na revista "Nature", mostram que nas espécies estudadas a visão tricromática foi essencial para detectar as folhas.
A distinção entre vermelho e verde é comum nos macacos do Velho Mundo (Europa, Ásia e África), mas existe no Novo Mundo (Américas) apenas no gênero Alouatta, dos guaribas ou bugios, dizem os autores.
"Um grande mistério reside aí em São Paulo. O muriqui, nome científico Brachyteles arachnoides, é o único outro macaco do Novo Mundo que consome grande quantidade de folhas -eu já os vi comendo folhas vermelhas-, mas a sua visão nunca foi testada", disse Dominy à Folha.
Para saber se um animal é dicromático ou tricromático basta olhar seu material genético, já que os genes que codificam a visão são bem conhecidos, diz Dominy.
Outra maneira é jogar luzes coloridas na retina de um animal sedado e verificar os impulsos elétricos gerados pelos neurônios.
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