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15/03/2001 - 13h12

Dados de satélites servem para observar aquecimento da Terra

da France Presse, em Paris

Os dados enviados por satélites ofereceram pela primeira vez uma observação do fenômeno do aquecimento climático e o Efeito Estufa, isso é o q informa a edição de hoje da revista científica britânica Nature.

Com 27 anos de diferença, um satélite japonês e um americano registraram os raios de onda de grande longitude emitidos pela Terra, e que levam a "assinatura" dos gases do Efeito Estufa responsáveis pelo aquecimento da atmosfera.

Os cientistas baseiam-se habitualmente em registros de dados terrestres (especialmente amostras dos gelos polares e crescimento dos corais) para estimar a concentração dos gases de Efeito Estufa. Depois, recorrem a modelos matemáticos para avaliar os efeitos no clima do aumento dessa concentração.

Pela primeira vez, a observação direta do espaço evidenciou o aumento da concentração de gás devido à utilização de energias fósseis (gás, petróleo, carbono) pelo homem desde a Revolução Industrial.

Uma equipe de cientistas dirigido por John Harries, do Imperial College de Londres, comparou os dados registrados em 1996 pelo satélite japonês ADEOS (IMG, Interferometric Monitor of Greenhouse Gases) e os registrados 27 anos antes pelo da NASA (IRIS, Infrared interfermetric spectometer).

Os cientistas compararam as medidas dos raios de onda de grande longitude e comprovaram as diferenças significativas nos espectros do metano, do dióxido de carbono (CO2), do ozônio e dos CFC (clorofluorcarburetos).

"Nossos resultados proporcionam uma prova direta do aumento significativo do Efeito Estufa", afirmou a equipe do Imperial College.

O Efeito Estufa é um fenômeno natural que faz com que a Terra seja habitável, já que, se nosso planeta não estivesse protegido por um "envoltório" de gás de Efeito Estufa, a temperatura média da Terra seria de 18 graus abaixo de zero (ao invés dos 15 positivos).

Esses gases são comparáveis aos painéis de vidro de uma estufa, à medida que isolam a Terra e impedem que escape dela o calor produzido pelos raios infravermelhos.

O problema é que a atividade humana provocou um aumento da concentração na atmosfera desses gases desde a Revolução Industrial, o que torna mais intenso o Efeito Estufa e, portanto, produz um aumento das temperaturas da Terra.

Os cientistas do Grupo Intergovernamental sobre a Evolução do Clima (GIEC), organismo criado pela ONU, revisou em janeiro passado suas previsões para 2100 (com base em 1990), assinalando que o risco é uma provável duplicação da concentração desses gases de Efeito Estufa na atmosfera e um aumento médio da temperatura entre 1,4ºC e 5,8ºC.
 

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