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16/03/2001 - 03h39

Efeito estufa teria mantido oceano em Marte

SALVADOR NOGUEIRA, da Folha de S.Paulo

Efeito estufa é um assunto que norte-americanos, os maiores poluidores do mundo, não gostam de comentar -exceto quando o planeta em questão é Marte. Graças a esse fenômeno, afirmam cientistas dos EUA na revista "Science" (www.sciencemag.org), o planeta vermelho pode ter tido vastos oceanos em seu passado.

Cientistas da Nasa (agência espacial dos EUA) vinham se comportando como aventureiros no deserto, gritando "água!" a cada sinal de fluxo corrente nas imagens da sonda Mars Global Surveyor. Faltava um estudo que amarrasse as evidências. Já não falta.

A nova pesquisa, liderada por Roger Phillips, da Universidade Washington (EUA), costura em uma única hipótese explicações para formações geológicas, vulcanismos, mudanças atmosféricas, anomalias gravitacionais e traços de água corrente.

O grupo estudou Tharsis, elevação de 10 km que ocupa uma área de 3 milhões de quilômetros quadrados (cerca de um terço do território brasileiro). Nessa área estão os maiores vulcões do Sistema Solar. O campeão, monte Olimpo, tem 27 km de altura (mais de três vezes a do Everest).

Munidos dos mais detalhados mapas da região, eles simularam em computador o que aconteceria se a massa de rocha de Tharsis fosse fruto de vulcanismos. "Nosso modelo faz um bom trabalho em explicar a forma e o campo gravitacional do planeta", disse à Folha Roger Phillips.

Tharsis teria sido formada pelo magma de intensas erupções, há 4 bilhões de anos. Os vulcanismos teriam expelido muito gás carbônico e água. O gás carbônico teria intensificado o efeito estufa, elevando a temperatura o bastante para manter água líquida.

A água dos vulcanismos seria suficiente para recobrir o planeta com uma camada de 120 metros. Algumas centenas de milhões de anos depois, essa água já teria evaporado totalmente, e Marte ganharia seu atual aspecto desértico.

Mesmo com o pequeno intervalo de oceanos líquidos, Phillips acha que a existência de vida no passado do planeta é plausível. "A vida na Terra pode ter surgido em umas poucas centenas de milhões de anos. Por que não em Marte?"
 

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