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20/03/2001
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04h44
A equipe russa responsável pela destruição da estação Mir bateu o martelo: o complexo deve ser derrubado no início da sexta-feira -se o Sol ajudar. O plano já foi concluído e deve ser oficialmente aprovado hoje por representantes da Rosaviakosmos (agência espacial russa) e da empresa Energia (a construtora da estação).
Os russos planejam reduzir a órbita da estação -ou seja, derrubá-la- em
etapas, com três disparos dos propulsores da nave Progress. O primeiro deve ocorrer por volta das 21h30 de quinta-feira (horário de Brasília) e o segundo, às 23h. O último será às 2h de sexta, e os destroços (até um quarto das 140 toneladas da estação, calcula-se) devem atingir o oceano Pacífico, entre a Nova Zelândia e o Chile, uma hora depois.
A Mir atualmente está caindo numa espiral, ou seja, a cada nova volta fica mais perto do solo (ontem estava a 228 km). A queda ocorre porque, a rigor, ela não está fora da atmosfera. Embora o ar seja bem menos denso nessa altitude, ainda oferece resistência.
Esse atrito acaba por reduzir a velocidade da estação, aumentando o ritmo da queda. Parece um paradoxo, mas não é. Quanto mais se freia a Mir no sentido da sua órbita, mais depressa ela cai no sentido da superfície da Terra, sob ação da gravidade.
Vento solar
Por isso é difícil definir o dia para a operação: o ritmo de queda varia com as condições do ar. E quem manda na alta atmosfera é o Sol. Quanto mais forte o vento solar (corrente de partículas vinda da estrela), mais denso é o ar, e maior é o atrito sobre a Mir.
"A atividade (solar) esteve bem alta há alguns meses. A razão pela qual a descida está mais lenta do que o esperado é que a atividade solar está menor do que o esperado", diz Alexander Sukhanov, da Academia de
Ciências da Rússia.
O adiamento com relação à previsão anterior, que marcava a queda para
quinta, pode aumentar a expectativa (há já várias excursões programadas para tentar observar a queda de aviões), mas não os riscos. "Um atraso de dois dias não ameaça a missão significativamente", diz Sukhanov.
Novos atrasos não são esperados, mas também não estão descartados. "Pequenas variações da atividade solar são imprevisíveis".
Atividade do Sol pode afetar queda da Mir
SALVADOR NOGUEIRA, da Folha de S.PauloA equipe russa responsável pela destruição da estação Mir bateu o martelo: o complexo deve ser derrubado no início da sexta-feira -se o Sol ajudar. O plano já foi concluído e deve ser oficialmente aprovado hoje por representantes da Rosaviakosmos (agência espacial russa) e da empresa Energia (a construtora da estação).
Os russos planejam reduzir a órbita da estação -ou seja, derrubá-la- em
etapas, com três disparos dos propulsores da nave Progress. O primeiro deve ocorrer por volta das 21h30 de quinta-feira (horário de Brasília) e o segundo, às 23h. O último será às 2h de sexta, e os destroços (até um quarto das 140 toneladas da estação, calcula-se) devem atingir o oceano Pacífico, entre a Nova Zelândia e o Chile, uma hora depois.
A Mir atualmente está caindo numa espiral, ou seja, a cada nova volta fica mais perto do solo (ontem estava a 228 km). A queda ocorre porque, a rigor, ela não está fora da atmosfera. Embora o ar seja bem menos denso nessa altitude, ainda oferece resistência.
Esse atrito acaba por reduzir a velocidade da estação, aumentando o ritmo da queda. Parece um paradoxo, mas não é. Quanto mais se freia a Mir no sentido da sua órbita, mais depressa ela cai no sentido da superfície da Terra, sob ação da gravidade.
Vento solar
Por isso é difícil definir o dia para a operação: o ritmo de queda varia com as condições do ar. E quem manda na alta atmosfera é o Sol. Quanto mais forte o vento solar (corrente de partículas vinda da estrela), mais denso é o ar, e maior é o atrito sobre a Mir.
"A atividade (solar) esteve bem alta há alguns meses. A razão pela qual a descida está mais lenta do que o esperado é que a atividade solar está menor do que o esperado", diz Alexander Sukhanov, da Academia de
Ciências da Rússia.
O adiamento com relação à previsão anterior, que marcava a queda para
quinta, pode aumentar a expectativa (há já várias excursões programadas para tentar observar a queda de aviões), mas não os riscos. "Um atraso de dois dias não ameaça a missão significativamente", diz Sukhanov.
Novos atrasos não são esperados, mas também não estão descartados. "Pequenas variações da atividade solar são imprevisíveis".
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