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22/03/2001 - 00h49

Rússia confirma queda da Mir para madrugada de sexta-feira

das agências internacionais

A estação espacial Mir vai mesmo fazer sua reentrada na atmosfera na madrugad de sexta-feira. O complexo russo entrou num "caminho sem volta", ao atingir a órbita crítica para o início das operações de derrubada, 220 km acima da superfície do planeta. Agora não há mais como adiar ou desistir da manobra.

"Tudo está indo de acordo com o plano. Amanhã (hoje) às 4h (horário de Moscou) começaremos a orientar a estação e ligar seus controles", declarou um porta-voz da equipe de controle da missão.

O planejamento prevê que amanhã, por volta das 3h30 (horário de Brasília), a Mir já esteja afundando no oceano Pacífico. A queda será concluída após três disparos dos propulsores da nave de carga Progress. Os disparos vão frear a estação, durante quatro órbitas, para que ela caia no mar.

O que sobrar da Mir, cerca de 30 toneladas distribuídas em 1.500 pedaços, deve cair numa região de mar com 6.000 km de largura por 200 km de comprimento.

Há algumas ilhas na região ameaçada, como a de Páscoa, território pertencente ao Chile a 3.200 km da costa da América do Sul. Lá vivem cerca de 2.800 pessoas, que não estão felizes com a possibilidade de um pedaço da estação cair sobre suas cabeças. O local é conhecido pelos moais, estátuas gigantes colocadas por antigos habitantes nas praias da ilha.

"Estamos apenas esperando que nada aterrisse em nós. Que podemos fazer? Não podemos sair da frente", disse uma operadora de passeios turísticos da ilha.

O Chile recusou um convite para que seu embaixador visitasse o centro de controle da missão russo para acompanhar a queda. O governo chileno acha que a Rússia não tem direito de usar o oceano como "ferro-velho espacial".

Os russos esperam que o impacto central ocorra em uma região do Pacífico a 3.000 km da Nova Zelândia. Para encontrar o local, basta procurar o alvo flutuante colocado pela empresa Taco Bell, que promete dar uma tortilla a cada norte-americano se o módulo principal da Mir cair sobre a lona.

Junto à ilha de Páscoa, várias outras ilhotas do Pacífico também estão na torcida para que a Mir não desabe sobre elas. De Fiji à ilha chilena -os dois extremos da região da queda-, moradores e governos estão em alerta.

Job Esau, do Escritório Nacional de Administração de Catástrofes em Vanuatu, um paraíso tropical de 182 mil habitantes, disse que as autoridades iriam distribuir uma nota na noite de ontem e se reuniriam com líderes comunitários hoje, para "manter os navios nos portos e as pessoas em casa".

Fiji também tomou providências, pedindo a seus 800 mil habitantes que fiquem em casa, não saiam ao mar e evitem quaisquer "objetos estranhos".
 

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