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23/03/2001 - 16h29

Agente transmissor da vaca louca muda ao infectar primatas

da France Presse, em Paris

O prion, agente transmissor do mal da vaca louca, aumenta sua virulência ao atravessar barreiras entre espécies, e nesse caso o tempo necessário entre a contaminação e a aparição da doença se reduz à metade, informou hoje uma equipe de cientistas franceses.

Os trabalhos de Corinne Lasmezas, realizados sob a direção de Jean-Philippe Deslys e de Dominique Dormont, serão publicados no dia 27 de março nas atas da Academia Americana de Ciências.

Os cientistas injetaram no cérebro de um macaco tecido cerebral de uma vaca enferma de encefalite espongiforme. A doença demorou três anos para aparecer.

Depois, extraíram segmentos do cérebro do macaco doente e os reinjetaram em outros macacos. Desta vez a doença apareceu na metade do tempo (20 meses quando a injeção foi diretamente no cérebro e 25 meses quando se fez por via intravenosa).

Esta pesquisa evidencia a possibilidade, já evocada reiteradamente, de uma contaminação entre humanos, por exemplo através de transfusões sanguíneas ou intervenções cirúrgicas no cérebro.

A única incógnita neste domínio reside nas doses de prions necessários para transmitir a doença.
Os trabalhos de Corinne Lasmezas permitiram duas observações totalmente novas sobre a "firma" da enfermidade e sobre a velocidade da transmissão da mesma.

A "firma" da enfermidade (a forma dos depósitos que dão ao cérebro o aspecto de uma esponja) é idêntica em todos os macacos contaminados, quando a dos animais é diferente, segundo os cientistas.

Esta comprovação permite supor que os humanos, seja qual for sua idade, podem ser afetados pela nova forma da doença de Creutzfeldt-Jakob.

A outra questão, a aceleração da velocidade de contaminação, se explicaria por uma adaptação sumamente rápida dos prions à nova espécie a que estão confrontados. A passagem da barreira das espécies, do bovino ao símio neste caso, parece exigir um esforço suplementar ao prion, como testemunha a longa duração da incubação.

Mas, uma vez passada essa fronteira, o prion parece fortalecido e, sem dúvida porque somente as cepas mais virulentas do agente da enfermidade da vaca louca seriam selecionadas durante o processo, passa de um macaco a outro duas vezes mais rapidamente.
 

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