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28/03/2001 - 21h12

Fóssil de dinossauro ancestral de aves foi falsificado na China

da France Presse, em Paris

O fóssil do dinossauro arqueoraptor encontrado na China, usado em estudos para provar que os pássaros descendem dos dinossauros, é na verdade uma falsificação fabricada com ossos de diversos animais, prensados em uma placa de pedra xisto.

A descoberta da fraude foi feita por um grupo de paleontólogos que assina um artigo na edição desta quinta-feira (29) da revista britânica "Nature".

A dúvida sobre a autenticidade do fóssil existe desde a publicação da suposta descoberta pela revista norte-americana "National Geographic" em novembro de 1999.

A publicação trazia um estudo sobre os registros fósseis do animal, levados ilegalmente da China para os Estados Unidos.

A própria National Geographic reconheceu em uma edição posterior que as evidências podiam tratar-se de um "composto", que não havia sido reconhecido pela "inspeção científica".

A experiência que desvendou a fraude foi liderada pelo cientista Timothy Rowe, da Universidade de Texas, em Austin. Ele coordenou uma equipe de americanos, canadenses e chineses que analisaram a ossada com tomografia de raio-X de alta resolução .

A conclusão da equipe foi unânime: o dinossauro-pássaro de 125 milhões de anos Archaeoraptor liaoningensis é uma falsificação.

Segundo os cientistas afirmam, os falsificadores foram habilidosos e se inspiraram em fósseis autênticos das mesmas camadas geológicas do período cretáceo inferior. Os traficantes de fósseis teriam afirmaram que tinham recolhido o objeto em Laioning, no nordeste da China.

As imagens digitais do raio-X permitiram "recortar" a peça em camadas de 1 mm de espessura e provar que se trata de uma montagem de três camadas.

A camada superior desta espécie de sanduíche contém um mosaico de 88 segmentos separados, alguns dos quais contém ossos. A falsificação inclui dentes, indícios de plumas, o rabo de um pequeno dinossauro (dromeossauro). O conjunto está fixado com resina em uma placa de xisto.

O fóssil trás também um pedaço do esqueleto de um pássaro primitivo, até agora desconhecido, que será estudado posteriormente.

"Nossa conclusão é que o arqueoraptor representa pelo menos duas espécies e foi composto a partir de dois a cinco espécimes separados", resumem os autores da análise.

Esta falsificação não questiona, no entanto, a hipótese amplamente admitida de que os pássaros podem ter descendido dos dinossauros terópodes.

O debate sobre a hipótese, que já dura um século e meio, e começo com a descoberta de um pássaro estranho na Alemanha, em 1861.

O fóssil do arqueopteris, com 150 milhões de anos de idade, tem o tamanho de uma galinha mas apresentava notáveis características de réptil.
 

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