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23/08/2007 - 10h39

Primeiros homens podem ter entrado na Europa pelos Bálcãs

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da France Presse, em Oreshetz (Bulgária)

Os Bálcãs podem ter sido a porta de entrada dos primeiros homens na Europa e não o Estreito de Gibraltar, como defendem algumas hipóteses.

Uma equipe de 20 arqueólogos búlgaros e franceses está tentando demonstrar essa teoria depois de 11 anos de escavações e pesquisas na caverna de Kozarnika, no noroeste da Bulgária.

A descoberta nessa região montanhosa de indícios de atividade humana num período que remonta a entre 1,4 e 1,6 milhão de anos põe em dúvida as teorias sobre a época e o lugar da aparição do homem na Europa.

Segundo as teorias atuais, os ancestrais pré-históricos dos europeus chegaram ao sul da Europa pela África, cruzando o estreito de Gibraltar ou o canal de Sicília há cerca de 800 mil anos.

Mas, segundo o chefe da equipe de arqueólogos do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRC), o francês Jean-Luc Guadelli, o território da atual Bulgária seria também "uma rota perfeitamente natural".

Vindo da África, o homem pré-histórico poderia ter alcançado essa parte do continente "muito facilmente, contornando a costa mediterrânea através de Bósforo e depois subindo pelo Danúbio, passando pelas gargantas das Portas de Ferro [entre a Romênia e a Sérvia]", disse Guadelli.

Dessa maneira, o homem pré-histórico poderia, em sua busca por alimentos e por um clima mais suave, ter entrado na Europa pela Bulgária, defendeu Jean-Claude Leblanc, da Universidade de Toulouse.

"Temos de mudar nossos esquemas conceituais", disse Guadelli.

As hipóteses atuais foram estabelecidas "no século 20 na Europa ocidental, baseando-se no rico material arqueológico encontrado nessa região', disse o investigador da Academia Búlgara de Ciências, Nikolay Sirakov.

Assim, as informações só vinham de uma parte da Europa e "foram consideradas válidas para todo o continente", afirmou Sirakov, que dirige a equipe junto com Guadelli.

A caverna de Kozarviza, situada na área montanhosa nos arredores de Belogradchik, foi considerada durante muito tempo pelos arqueólogos um lugar em que a atividade humana remontava ao período paleolítico. Mas, no passado, as escavações não eram possíveis por falta de investimento.

Restos de ossos com marcas de cortes encontrados em Kozarnika levaram os arqueólogos a acreditarem que os habitantes da gruta tinham a capacidade de formular pensamentos abstratos, já que provavelmente usavam esses cortes para contar.

Estima-se que os ossos de animais em que estão os cortes realizados em linhas paralelas são da Idade da Pedra. Essas marcas são muito precisas para terem vindo de golpes dados nas presas, afirmam os arqueólogos.

No entanto, os pesquisadores continuam divididos sobre o fato de esses homens pré-históricos poderem ou não expressar abstrações.

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