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Carga de satélite que voltaria à Terra por cabo superfino desaparece
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da Efe, em Moscou
A tentativa européia de trazer à Terra um contêiner com carga útil do satélite russo Foton-M3 pode ter fracassado. O procedimento foi realizado com a ajuda de um cabo superfino de 30 quilômetros de comprimento.
Nikolai Sokolov, chefe do programa de vôo do satélite, disse que o cabo superfino de polietileno com o qual a cápsula Fotino estava ligada ao Foton-M3 se desenrolou a uma velocidade inferior à prevista e por um comprimento de 8,5 quilômetros, em vez dos 30 esperados.
Como resultado, a cápsula, que pesa seis quilos, pode ter ficado em um setor diferente do planejado ou ter ficado em órbita, transformando-se em lixo espacial.
Pelo projeto da ESA (agência espacial européia), realizado em parceira com a Roskosmos (agência espacial russa), o Fotino devia se separar do satélite à distância de 30 quilômetros e girar ao seu redor ainda atado ao cabo.
Em determinado momento, o cabo seria cortado de forma automática pelos dois lados, e a cápsula devia entrar na atmosfera no ângulo e na trajetória necessários para descer em um pára-quedas que se abriria a uma altura de cinco quilômetros.
Segundo Sokolov, durante a experiência o satélite russo estava em uma órbita que oscilava entre os 260 e 300 quilômetros de altura e, por não ter alcançado o tamanho ideal do cabo, acredita-se que a cápsula não tenha entrado na atmosfera terrestre.
Especialistas russos e europeus tentam calcular o possível local de aterrissagem da cápsula, que inicialmente deveria pousar na terra às 4h55 (horário de Brasília) de hoje, próximo à cidade de Dzerzhinsk, no Cazaquistão.
A cápsula possui um retransmissor do sistema de resgate Cospas-Sarsat, que permitirá localizá-la caso tenha pousado.
Um representante da empresa Progress, fabricante do Foton-M3, afirmou que "o satélite funciona normalmente, mas um dos equipamentos europeus responsáveis por desenrolar o cabo falhou".
No entanto, Sokolov ressaltou que a experiência, mesmo tendo aparentemente fracassado, é útil e "representa um novo recorde", pois nos testes anteriores, que também haviam falhado, o cabo havia se desenrolado a um comprimento máximo de apenas 4,5 quilômetros.
A ESA havia informado que a experiência, denominada YE (Young Engineers Satellite), foi desenvolvida em seu centro científico holandês com a participação de mais de 500 estudantes de universidades de países da União Européia (UE) e da Rússia.
Segundo especialistas da agência européia, a intenção é resgatar a partir da órbita pequenas cargas com resultados de experiências e testar a tecnologia para alterar as órbitas dos satélites sem usar os motores de foguetes e naves espaciais.
Amanhã (26), às 4h50 (horário de Brasília), espera-se que o próprio Foton-M3 aterrisse perto da cidade de Kustanay, no Cazaquistão. O aparelho é chamado pelos cientistas de "Arca de Noé", devido à grande variedade de organismos que leva a bordo.
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