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18/04/2001
-
07h14
do "The Independent" (*)
James Watson, o "pai" da ciência do DNA, está pedindo que as leis sejam modificadas para que os cientistas possam alterar genes de espermatozóides, óvulos e embriões para livrar as gerações futuras de defeitos genéticos.
Watson, que com Francis Crick dividiu o Prêmio Nobel de 1962 pela descoberta da estrutura de dupla hélice do DNA, feita em 1953, diz que os temores sobre a criação de "bebês sob medida" são equivocados e que os benefícios potenciais de controlar a evolução humana sobrepujam facilmente os riscos.
Alterar os genes de espermatozóides, óvulos e embriões, a geneterapia de células germinativas, é proibido no Reino Unido, nos EUA e em muitos outros países, por causa dos riscos de mexer no material genético e introduzir possíveis efeitos colaterais, que serão passados às gerações futuras.
Há também preocupações morais e éticas sobre "consertar" o DNA humano ara melhorar o material genético de uma família, eliminando genes "ruins" ou introduzindo genes "bons". Os críticos dizem que a idéia traz de volta o espectro da eugenia (aperfeiçoamento genético), defendida pelos nazistas.
Watson, que teve um papel de incentivador do projeto de decifração do genoma humano e é presidente do prestigiado Cold Spring Harbor Laboratory, no Estado de Nova York, defende apaixonadamente que a sociedade deve rever sua oposição a geneterapia em células germinativas.
"Sou fortemente favorável a controlar o destino genético de nossos filhos. Trabalhar inteligente e sabiamente para fazer com que bons genes dominem o maior número de vidas possível é o modo verdadeiramente moral de procedermos", diz Watson.
Respondendo aos que se opõem a modificações genéticas de plantas e animais, ele argumenta: "Até onde sei, nenhuma doença, e muito menos fatalidade, foi causada por um organismo geneticamente manipulado".
Tentativas de impedir a geneterapia em células germinativas humanas ecoam as medidas criadas para limitar o uso da manipulação do DNA, há 25 anos, quando cientistas concordaram com uma moratória temporária sobre a tecnologia, afirma Watson.
"A moral que eu tiro desse doloroso episódio é: nunca adie experimentos que já definiram claramente benefícios futuros, por temor de perigos que não podem ser quantificados", diz.
* publicado na Folha de S.Paulo
Pioneiro do DNA defende a nova eugenia
STEVE CONNORdo "The Independent" (*)
James Watson, o "pai" da ciência do DNA, está pedindo que as leis sejam modificadas para que os cientistas possam alterar genes de espermatozóides, óvulos e embriões para livrar as gerações futuras de defeitos genéticos.
Watson, que com Francis Crick dividiu o Prêmio Nobel de 1962 pela descoberta da estrutura de dupla hélice do DNA, feita em 1953, diz que os temores sobre a criação de "bebês sob medida" são equivocados e que os benefícios potenciais de controlar a evolução humana sobrepujam facilmente os riscos.
Alterar os genes de espermatozóides, óvulos e embriões, a geneterapia de células germinativas, é proibido no Reino Unido, nos EUA e em muitos outros países, por causa dos riscos de mexer no material genético e introduzir possíveis efeitos colaterais, que serão passados às gerações futuras.
Há também preocupações morais e éticas sobre "consertar" o DNA humano ara melhorar o material genético de uma família, eliminando genes "ruins" ou introduzindo genes "bons". Os críticos dizem que a idéia traz de volta o espectro da eugenia (aperfeiçoamento genético), defendida pelos nazistas.
Watson, que teve um papel de incentivador do projeto de decifração do genoma humano e é presidente do prestigiado Cold Spring Harbor Laboratory, no Estado de Nova York, defende apaixonadamente que a sociedade deve rever sua oposição a geneterapia em células germinativas.
"Sou fortemente favorável a controlar o destino genético de nossos filhos. Trabalhar inteligente e sabiamente para fazer com que bons genes dominem o maior número de vidas possível é o modo verdadeiramente moral de procedermos", diz Watson.
Respondendo aos que se opõem a modificações genéticas de plantas e animais, ele argumenta: "Até onde sei, nenhuma doença, e muito menos fatalidade, foi causada por um organismo geneticamente manipulado".
Tentativas de impedir a geneterapia em células germinativas humanas ecoam as medidas criadas para limitar o uso da manipulação do DNA, há 25 anos, quando cientistas concordaram com uma moratória temporária sobre a tecnologia, afirma Watson.
"A moral que eu tiro desse doloroso episódio é: nunca adie experimentos que já definiram claramente benefícios futuros, por temor de perigos que não podem ser quantificados", diz.
* publicado na Folha de S.Paulo
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