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22/05/2001 - 00h45

ONU quer proibir os poluentes orgânicos persistentes

da Folha de S.Paulo

O diretor do Unep (Programa das Nações Unidas para o Ambiente) pediu ontem o fim imediato do uso de 12 dos compostos tóxicos chamados POPs (poluentes orgânicos persistentes), para mostrar que a cooperação internacional na luta contra a poluição sobreviveu à retirada americana de um pacto global sobre o clima.

Representantes de mais de 120 nações se reúnem entre hoje e amanhã em Estocolmo, Suécia, para adotar um tratado que elimine ou minimize o uso desses produtos químicos, apelidados "dirty dozen", dúzia suja, em inglês (saiba quais eles são).

"Nós podemos provar nessa convenção que a cooperação ambiental internacional ainda é possível", disse o diretor-executivo do Unep, Klaus Töpfer.

Ele pediu a ratificação imediata do tratado que proíbe compostos como o DDT e as dioxinas, que têm sido responsabilizados por doenças fatais, cânceres, defeitos congênitos e falhas no sistema imunológico de animais e seres humanos em todo o mundo.

A convenção sobre os POPs, adotada em dezembro em Johannesburgo por 122 países, após dois anos de negociações, prevê a eliminação a longo prazo dos "dirty dozen". Para entrar em vigor, no entanto, ela precisa ser ratificada por 50 países (ou seja, adotada pelos Parlamentos como lei). O objetivo da reunião de Estocolmo é impulsionar essa ratificação, para que o tratado entre em vigência até 2004.

Problemas globais

"A convenção é extremamente importante diante das continuadas discussões sobre mudança climática e o Protocolo de Kyoto", acrescentou Töpfer, referindo-se ao tratado internacional para combater o aquecimento global.

O protocolo, cujo objetivo é reduzir as emissões mundiais de gases que provocam o efeito estufa (o aprisionamento da radiação solar na atmosfera, que esquenta o planeta acima do normal), foi assinado em 1997 e recém-abandonado pelo presidente dos EUA, George W. Bush, que alegou razões econômicas para a retirada.

A decisão provocou protestos, inclusive de aliados dos EUA - afinal, trata-se de um problema que afeta o mundo todo.

Assim como o efeito estufa, os POPs são um problema globalizado. Além de tóxicos, esses compostos se acumulam nos tecidos gordurosos do corpo e podem viajar grandes distâncias. Alguns deles foram encontrados no leite de mulheres inuits, no Ártico - a milhares de quilômetros dos locais onde foram produzidos.

"É mais do que significativo que o tratado seja assinado por países críticos de Kyoto", disse Töpfer. Para os Estados Unidos, o custo da implementação da convenção dos POPs será muito mais baixo do que o da implementação do tratado de Kyoto, uma vez que muitos desses compostos já estão proibidos naquele país.

Ativistas da ONG ambiental Greenpeace bloquearam ontem incineradores de lixo tóxico e hospitalar (que produzem dioxinas e furanos) na Turquia e no Líbano. Também houve protestos em Taiwan e na Suécia.

"Nós acolhemos esse tratado como um marco para um futuro sem químicos tóxicos", disse Kevin Stairs, do Greenpeace. "Mas, até agora, ele só existe no papel."

Com agências internacionais
 

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