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26/06/2001 - 14h12

EUA não têm razão para recusar tratado do clima, diz instituto

da France Presse, em Haia (Holanda)

Os Estados Unidos, "número um na emissão" de gases de efeito estufa do mundo, "continuarão sendo durante muitos anos" os principais causadores desse fenômeno, prevê o World Resources Institute (WRI) em um informe publicado hoje em Haia (Holanda), coincidindo com uma série de reuniões ministeriais informais sobre o aquecimento climático.

Este instituto de pesquisa norte-americano, especializado em questões de meio ambiente, rebate os argumentos do presidente George W. Bush, segundo os quais o protocolo de Kyoto não é válido porque impõe reduções de emissões de gás somente aos países industrializados e não aos países emergentes do Terceiro Mundo, em particular China e Índia.

Os Estados Unidos, com aproximadamente 5% da população mundial, foram responsáveis por 30% da contaminação planetária no século passado, enquanto China e Índia, com 40% dos habitantes do planeta, só produziram 7% e 2% da contaminação, respectivamente, informa o WRI.

Em 1999, os Estados Unidos produziram 25% da contaminação do planeta, e apenas suas emissões do setor elétrico ficaram acima das emissões globais de seis países emergentes (Argentina, Brasil, Indonésia, México, África do Sul e Coréia do Sul).

Em 2010, os Estados Unidos despejarão na atmosfera uma quantidade de gases de efeito estufa 20% superior à atual, com 1,8 bilhão de tonelada por ano, aumentando ainda mais a diferença em relação a China e Índia.

Na mesma data, China e Índia produzirão o equivalente a 80% das emissões norte-americanas, mas a população dos dois países juntos já é oito vezes superior a dos Estados Unidos atualmente.
Em 1999, os Estados Unidos emitiam 5,6 toneladas de gases de efeito estufa por habitante, ou seja 30 vezes a mais que a Índia e onze vezes a mais que a China.

O WRI estabelece seus cálculos levando em conta a combustão das energias fósseis dos "sumidouros de carbono", a absorção e emissão de gases de efeito estufa pelas florestas e terras agrícolas.
Além disso, embora não assumam compromissos de redução precisos, vários países emergentes já tomam medidas para diminuir suas emissões.

Por exemplo, entre 1997 e 1999, a China reduziu em 17% suas emissões, enquanto seu Produto Interno Bruto aumentou 15%.

Índia, México, Tailândia, Indonésia e Filipinas, países muito dependentes do carbono e do petróleo para sua produção de eletricidade, estabeleceram programas de aumento da eficácia energética e de desenvolvimento de energias renováveis.

O WRI também recusa outro argumento do governo norte-americano, segundo o qual o encarecimento da energia em decorrência da aplicação do protocolo de Kyoto levaria empresas norte-americanas a e mudarem para o Terceiro Mundo. O preço da energia é somente um fator de investimento e de opção de localização entre outros, argumenta o instituto.
 

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