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13/07/2001 - 11h29

Conferência sobre clima se aproxima e pressão sobre EUA aumenta

da France Presse, em Bonn (Alemanha)

Os Estados Unidos decidirão na próxima semana sobre o futuro das negociações climáticas iniciadas há dez anos, depois que foi realizado o principal acordo de luta contra o aquecimento climático, o protocolo de Kyoto.

Os Estados Unidos podem adotar uma atitude de espera ou então bloquear as conversações, estimam os diplomatas europeus e do G-77 (países em vias de desenvolvimento).

Representantes de 180 países chegarão este final de semana a Bonn para retomar as negociações sobre as modalidades de aplicação do Protocolo de Kyoto (1997), que impõe reduções de CO2 e outros gases de efeito Estufa aos países industrializados.

A delegação norte-americana, dirigida pela subsecretária de Estado para Assuntos Globais, Paula Dobriansky, prometeu uma "participação construtiva" nas discussões que se realizam dentro das conferências de acompanhamento da Convenção sobre o Clima da ONU, de 1992.

Sua participação será "muito ativa" sobre as questões de acompanhamento deste primeiro acordo climático, e intervirá em relação ao protocolo de Kyoto se as negociações ameaçarem "o comércio internacional ou criarem precedentes" para outros acordos multilaterais.

Em março, o Governo americano declarou não válido o protocolo firmado pelo Governo anterior, o que provocou declarações contraditórias de seus aliados nas negociações (Canadá, Austrália, Japão e Rússia, principalmente) e críticas dos outros campos, a União Européia (UE) e outros países europeus e os membros do G-77.

O protocolo entrará em vigor somente se 55% das emissões de CO2 dos países industrializados (de 1990) estiverem representadas na cota dos 55 países que devem ratificá-lo. Mas até agora o mesmo não foi ratificado por nenhum grande país industrial.

A UE (24,2% das emissões de CO2 de referência) e seus aliados europeus (7,4%) manifestaram sua vontade de ratificar e fazer com que o protocolo entre em vigor em 2002, "se necessário, sem os Estados Unidos".

Em negociações em que o consenso é a regra, os europeus terão de buscar aliança com os países em desenvolvimento, que enfatizaram, na última terça-feira (10), em um comunicado, a "validade do protocolo". Mas também terão de fazer concessões a aliados tradicionais de Washington, como o Japão (8,5%) e a Rússia (17,4%), chaves para a entrada em vigor de Kyoto depois da recusa do mesmo pelos Estados Unidos (36,1%). De fato, nem o Japão, nem a Rússia ainda fixaram definitivamente sua posição.

"A decisão dos Estados Unidos e a posição pouco clara do Japão colocam em perigo as perspectivas de regulação da mudança climática", afirmou o ministro holandês do Meio Ambiente e presidente da conferência sobre o clima, Jan Pronk.

"Se outros governos seguirem os Estados Unidos, existem poucas esperanças de que o protocole seja aplicado", disse.

Depois de consultas informais, a conferência oficial se iniciará na quinta-feira à tarde, a nível de ministros do Meio Ambiente, e durará três dias e meio. Os altos funcionários continuarão reunidos até 27 de julho para cuidar juridicamente dos acordos políticos que obtiverem os ministros.

A conferencia anterior sobre as modalidade de aplicação do protocolo de Kyoto, realizada em Haia, fracassou em novembro de 2000.

As ONGs (organizações não governamentais) já anunciaram que realizarão em Bonn múltiplas manifestações para exigir medidas para "salvar o planeta".

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