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16/07/2001 - 13h11

Pessimismo marca início da conferência sobre mudanças climáticas

da France Presse, em Bonn (Alemanha)

Uma maratona de 12 dias de negociações começou oficialmente hoje, em Bonn (Alemanha), para tentar salvar o Protocolo de Kyoto sobre a mudança climática, depois de o Japão ter jogado um balde de água fria sobre a conferência da ONU.

O ministro holandês do Meio Ambiente, Jan Pronk, que preside as conversações, pediu aos 180 países representados em Bonn que "concluam as negociações" de Kyoto. "É crucial que completemos nosso trabalho de quatro anos", afirmou Pronk.

O Protocolo de Kyoto, firmado em 1997, estabelece objetivos por países e um calendário para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, uma consequência da industrialização e responsável pelo aquecimento da atmosfera. A meta é reduzir em 5,2% as emissões mundiais em 2010, partindo dos níveis de 1990.

Somente os países industrializados estão obrigados a cortes específicos, enquanto que aos países em desenvolvimento foi oferecida uma ajuda financeira e tecnológica para tentar afastá-los deste tipo de poluição.

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anunciou em março passado que seu país não ratificará o Protocolo firmado, no entanto, por seu predecessor, Bill Clinton, em 1998.

Bush acha que o Protocolo é "injusto" porque gigantes em desenvolvimento como a China e a Índia não estão obrigados a uma redução determinada de suas emissões poluentes.

O anúncio foi um duro revés para Kyoto, já que os Estados Unidos são responsáveis por 25% das emissões mundiais de gases de efeito estufa.

A União Européia quer continuar com o Protocolo sem os Estados Unidos, mas precisa do apoio de outros países industrializados para que o tratado entre em vigor.

Japão
Austrália, Canadá e Japão não ocultaram seu ceticismo sobre o valor do Protocolo se o mesmo não incluir seu principal poluidor -os Estados Unidos.

Ontem, o primeiro-ministro japonês Junichiro Koizumi disse que seu Governo não decidirá se vai ratificar o protocolo sem a participação dos Estados Unidos, até a nova rodada de negociações que se celebrará no final de outubro, em Marrakech (Marrocos).

Desta maneira, jogou um balde de água fria sobre as esperanças de que se desse um passo decisivo em Bonn. "Estamos tentando buscar caminhos de cooperação entre os Estados Unidos, Europa e o Japão", afirmou Koizumi. "Minha sensação é que não se alcançará um acordo em Bonn."

As negociações de Bonn transcorrerão a nível de altos funcionários durante os três primeiros dias e depois chegará a vez dos ministros, entre quinta-feira e domingo.

Acredita-se que os ministros vão chegar a um acordo políticos sobre as grandes questões, que serão convertidas em texto legal nos demais dias da rodada de negociações.

Pronk sugeriu a criação de quatro grupos de trabalho para discutir os temas mais delicados, que seriam: ajuda financeira para os países em desenvolvimento; mecanismo de intercâmbio de créditos de emissões entre os países que avançarem mais rápido e os que tiverem dificuldades para cumprir com suas obrigações; como atuar no caso dos "poços de carbono", a absorção dos gases de Efeito Estufa pela vegetação e as terras agrícolas; e um mecanismo para fazer obedecer o tratado.

Os primeiros três dias de conversações, em princípio informais, foram declarados oficiais, o que significa que as partes terão de assumir um maior compromisso.

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