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19/07/2001 - 20h53

Reunião em Bonn pode terminar com Protocolo de Kyoto mais fraco

MARCELO TEIXEIRA
da Folha de S.Paulo, em Bonn

A primeira reunião com a participação de ministros de Estado na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, hoje, mostrou que o Protocolo de Kyoto, se sobreviver, poderá ter um impacto menor que o esperado na redução das emissões de gases que causam o aumento do aquecimento da Terra.

Durante a primeira sessão oficial (nos primeiros dias as negociações foram conduzidas somente por técnicos), os EUA confirmaram que realmente não irão ratificar o tratado, jogando de vez toda a pressão em cima do Japão.

"Nós não acreditamos que o Protocolo de Kyoto seja uma boa política para os Estados Unidos, que não vão ratificá-lo", afirmou a chefe da delegação norte-americana, Paula Dobriansky.

A ministra do Ambiente do Japão, Yoriko Kawaguchi, afirmou, logo após a declaração da representante americana, que continuaria insistindo para que os EUA, o maior emissor do mundo de gases-estufa, revejam sua posição. "Mas faremos todos os esforços para que o tratado seja implementado em 2002, com a participação japonesa", afirmou.

A participação do Japão no tratado, após a saída dos EUA, seria a única maneira de o protocolo ser implementado dentro do tempo previsto. Isso porque, para que ele entre em vigor, é necessário que 55 países o ratifiquem (transformem em lei) e que esses países representem pelo menos 55% do total de emissões de gases-estufa dos países industrializados _só os EUA respondem por 25%.

O Brasil é um dos que está pressionando o Japão para que o país faça parte do acordo. O ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg, foi convidado hoje, logo após ter chegado a Bonn, para uma reunião privada com Kawaguchi. Detalhes do encontro não foram divulgados.

Para ratificar o protocolo, o Japão irá pressionar para conseguir o máximo de concessões que puder. Na manhã de hoje, o país já havia apresentando um plano alternativo para ampliar a participação dos sumidouros de carbono (florestas que sequestram o gás da atmosfera) no protocolo.

Os sumidouros são contestados pela União Européia, que afirma que eles seriam paliativos para o que realmente importa, que é a redução das emissões (países poderiam manter seus atuais níveis de produção de poluentes, bastando que obtivessem créditos com novos projetos de reflorestamento).

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