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23/07/2001
-
21h09
A União Européia deixou os Estados Unidos isolados e firmou sua posição com um líder na diplomacia mundial ao conseguir um acordo para salvar o Protocolo de Kyoto, rejeitado pelos EUA.
O presidente americano, George W. Bush, teve até o último momento para voltar atrás em sua decisão de não aderir ao acordo, tomada em março sob alegação de razões econômicas. Mas selou seu destino sábado em Gênova, ao reafirmar, durante a cúpula do G-8, que não ratificaria Kyoto.
Ao mesmo tempo que tirou o efeito estufa da agenda ambiental e o promoveu a questão prioritária na política internacional, Bush renunciou à tradicional liderança americana em nome da economia dos EUA. Para o presidente, um texano que teve sua campanha eleitoral financiada pelas multinacionais do petróleo, a redução no consumo de combustíveis fósseis não poderia estar à frente da economia ou do bem-estar "dos trabalhadores americanos".
Tanto melhor para os políticos da UE, que conseguiram pôr ao seu lado aliados tradicionais dos americanos na questão climática, como o Japão e o Canadá. "Desde o começo a Europa teve uma atitude muito clara e coesa no assunto", disse o ministro da Energia da Bélgica, Olivier Deleuze.
"A Europa foi mais realista", disse à Folha Michael Zammit Cutajar, secretário-executivo da Convenção do Clima.
Segundo o ministro do Ambiente da Alemanha, o verde Jürgen Trittin, o problema dos EUA não é econômico. "Eles sabem que eficiência energética é uma vantagem competitiva", afirmou. "É mais o preço político de mudar seu estilo de consumo e de vida."
As ONGs ambientalistas acolheram o acordo de Bonn com ares de vingança. "O mundo derrotou o presidente Bush. Foi um terremoto geopolítico", disse Jenifer Morgan, do WWF (Fundo Mundial para a Natureza).
Para o climatologista brasileiro Carlos Nobre, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Bush deverá pagar um preço eleitoral pelo recuo. "Esta estratégia [a ratificação sem os EUA], nas próximas eleições, será utilizada por seus adversários", afirmou.
(CLAUDIO ANGELO)
Com agências internacionais
Leia mais sobre efeito estufa
Acordo sobre o Protocolo de Kyoto deixa Bush isolado
da Folha de S.PauloA União Européia deixou os Estados Unidos isolados e firmou sua posição com um líder na diplomacia mundial ao conseguir um acordo para salvar o Protocolo de Kyoto, rejeitado pelos EUA.
O presidente americano, George W. Bush, teve até o último momento para voltar atrás em sua decisão de não aderir ao acordo, tomada em março sob alegação de razões econômicas. Mas selou seu destino sábado em Gênova, ao reafirmar, durante a cúpula do G-8, que não ratificaria Kyoto.
Ao mesmo tempo que tirou o efeito estufa da agenda ambiental e o promoveu a questão prioritária na política internacional, Bush renunciou à tradicional liderança americana em nome da economia dos EUA. Para o presidente, um texano que teve sua campanha eleitoral financiada pelas multinacionais do petróleo, a redução no consumo de combustíveis fósseis não poderia estar à frente da economia ou do bem-estar "dos trabalhadores americanos".
Tanto melhor para os políticos da UE, que conseguiram pôr ao seu lado aliados tradicionais dos americanos na questão climática, como o Japão e o Canadá. "Desde o começo a Europa teve uma atitude muito clara e coesa no assunto", disse o ministro da Energia da Bélgica, Olivier Deleuze.
"A Europa foi mais realista", disse à Folha Michael Zammit Cutajar, secretário-executivo da Convenção do Clima.
Segundo o ministro do Ambiente da Alemanha, o verde Jürgen Trittin, o problema dos EUA não é econômico. "Eles sabem que eficiência energética é uma vantagem competitiva", afirmou. "É mais o preço político de mudar seu estilo de consumo e de vida."
As ONGs ambientalistas acolheram o acordo de Bonn com ares de vingança. "O mundo derrotou o presidente Bush. Foi um terremoto geopolítico", disse Jenifer Morgan, do WWF (Fundo Mundial para a Natureza).
Para o climatologista brasileiro Carlos Nobre, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Bush deverá pagar um preço eleitoral pelo recuo. "Esta estratégia [a ratificação sem os EUA], nas próximas eleições, será utilizada por seus adversários", afirmou.
(CLAUDIO ANGELO)
Com agências internacionais
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