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05/10/2001
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11h07
A lista dos laureados com os prêmios Nobel científicos dos últimos anos mostra um equilíbrio entre a pesquisa fundamental e a experimental, enquanto que em medicina os trabalhos recompensados já tinham, em geral, aplicações concretas.
De fato, a análise dos trabalhos dos quase 60 cientistas premiados entre 1990 e 2000 indica que os jurados dos Nobel não hesitaram em recompensar, em física e química, autores de pesquisas puramente teóricas cujas aplicações eram impossíveis de prever, inclusive quando os estudos a respeito haviam começado muitos anos antes.
Por exemplo, os norte-americanos Jerome Friedman e Henry Kendall e o canadense Richard Taylor dividiram em 1990 o Prêmio Nobel pela elaboração do modelo dos quarks na física das partículas, o que foi considerado "um avanço na compreensão da estrutura da matéria".
Cinco anos mais tarde, outros dois norte-americanos, Martin Perl e Frederick Reines, foram escolhidos pela descoberta do tau e do neutrino, duas partículas primordiais para o conhecimento do passado e do futuro do universo.
Outros cientistas, entre eles os francês Pierre-Gilles de Gennes, em 1991, e seu compatriota Georges Charpak, no ano seguinte, foram premiados por pesquisas muito mais práticas.
O primeiro por seus trabalhos sobre os cristais líquidos e os polímeros, que permitiram a elaboração das colas instantâneas, que hoje estão disponíveis em todas as lojas e graças às quais talvez um dia as peças dos aviões e submarinos serão encaixadas apenas com cola.
Por outro lado, Georges Charpak inventou um tipo de detector de partículas, a "câmara proporcional multifibras", que foi a base dos detectores utilizados nos laboratórios de física do mundo inteiro.
No ano passado, o júri premiou o russo Jaures Alferov e os norte-americanos Herbert Kroemer e Jack Kilby, pela descoberta dos semicondutores e do circuito integrado, presentes em computadores, telefones celulares e lasers.
Às vezes os limites das disciplinas se sobrepõem. Alferov, Kroemer e Kilby tiveram a seu lado na entrega dos prêmios três laureados com o Prêmio de Química: os norte-americanos Alan Heeger e Alan MacDiarmid e o japonês Hideki Shirakawa, descobridores dos polímeros condutores, sem os quais as telas planas não existiriam.
Além disso, os Nobel de Química estão relacionados com a medicina. O premiado de 1990, Elias Corey (EUA), foi recompensado por seus trabalhos de síntese orgânica, que permitiram a obtenção de um grande número de produtos que serviram de base para a elaboração de novos remédios.
Quanto ao Prêmio de Medicina, o Nobel recompensou geralmente cientistas cujos trabalhos já tinham - ou tiveram pouco depois - aplicações práticas.
Em 1990, foram laureados os norte-americanos Joseph Murray e Donnell Thomas, que haviam encontrado o meio de controlar a reação de rejeição aos transplantes. No ano seguinte foram premiados os alemães Erwin Neher e Bert Sakmann, cujas pesquisas sobre os canais iônicos da célula "revolucionaram a biologia moderna" e permitiram aprofundar o conhecimento e o tratamento de doenças como a diabetes ou a mucoviscidose.
Os premiados deste ano serão divulgados a partir da próxima semana.
Nobel científico premia pesquisa téorica e experimental
da France Presse, em ParisA lista dos laureados com os prêmios Nobel científicos dos últimos anos mostra um equilíbrio entre a pesquisa fundamental e a experimental, enquanto que em medicina os trabalhos recompensados já tinham, em geral, aplicações concretas.
De fato, a análise dos trabalhos dos quase 60 cientistas premiados entre 1990 e 2000 indica que os jurados dos Nobel não hesitaram em recompensar, em física e química, autores de pesquisas puramente teóricas cujas aplicações eram impossíveis de prever, inclusive quando os estudos a respeito haviam começado muitos anos antes.
Por exemplo, os norte-americanos Jerome Friedman e Henry Kendall e o canadense Richard Taylor dividiram em 1990 o Prêmio Nobel pela elaboração do modelo dos quarks na física das partículas, o que foi considerado "um avanço na compreensão da estrutura da matéria".
Cinco anos mais tarde, outros dois norte-americanos, Martin Perl e Frederick Reines, foram escolhidos pela descoberta do tau e do neutrino, duas partículas primordiais para o conhecimento do passado e do futuro do universo.
Outros cientistas, entre eles os francês Pierre-Gilles de Gennes, em 1991, e seu compatriota Georges Charpak, no ano seguinte, foram premiados por pesquisas muito mais práticas.
O primeiro por seus trabalhos sobre os cristais líquidos e os polímeros, que permitiram a elaboração das colas instantâneas, que hoje estão disponíveis em todas as lojas e graças às quais talvez um dia as peças dos aviões e submarinos serão encaixadas apenas com cola.
Por outro lado, Georges Charpak inventou um tipo de detector de partículas, a "câmara proporcional multifibras", que foi a base dos detectores utilizados nos laboratórios de física do mundo inteiro.
No ano passado, o júri premiou o russo Jaures Alferov e os norte-americanos Herbert Kroemer e Jack Kilby, pela descoberta dos semicondutores e do circuito integrado, presentes em computadores, telefones celulares e lasers.
Às vezes os limites das disciplinas se sobrepõem. Alferov, Kroemer e Kilby tiveram a seu lado na entrega dos prêmios três laureados com o Prêmio de Química: os norte-americanos Alan Heeger e Alan MacDiarmid e o japonês Hideki Shirakawa, descobridores dos polímeros condutores, sem os quais as telas planas não existiriam.
Além disso, os Nobel de Química estão relacionados com a medicina. O premiado de 1990, Elias Corey (EUA), foi recompensado por seus trabalhos de síntese orgânica, que permitiram a obtenção de um grande número de produtos que serviram de base para a elaboração de novos remédios.
Quanto ao Prêmio de Medicina, o Nobel recompensou geralmente cientistas cujos trabalhos já tinham - ou tiveram pouco depois - aplicações práticas.
Em 1990, foram laureados os norte-americanos Joseph Murray e Donnell Thomas, que haviam encontrado o meio de controlar a reação de rejeição aos transplantes. No ano seguinte foram premiados os alemães Erwin Neher e Bert Sakmann, cujas pesquisas sobre os canais iônicos da célula "revolucionaram a biologia moderna" e permitiram aprofundar o conhecimento e o tratamento de doenças como a diabetes ou a mucoviscidose.
Os premiados deste ano serão divulgados a partir da próxima semana.
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