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06/11/2001 - 13h21

Brasil quer repatriar araras-azuis que estão na Inglaterra

da Folha Online

O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) irá iniciar nesta semana uma campanha internacional para obter apoio de organizações ambientalistas internacionais na tentativa pressionar o governo do Reino Unido para liberar três araras-azuis-de-lear que estão na Inglaterra há quase quatro anos.

Segundo o instituto, as aves, originárias do sertão da Bahia, foram apreendidas em 1998 por autoridades aduaneiras do Reino Unido. As araras estavam com o traficante de animais silvestres Harry Sissen, condenado a dois anos e meio prisão e ao pagamento de cinco mil libras de multa pelo crime ambiental.

O coordenadora-geral de Fauna do Ibama, Iolita Bampi, afirmou que o Brasil encontra dificuldades na repatriação das araras devido às pressões de ambientalistas ingleses que querem que as aves fiquem para sempre naquele país.

Iolita afirmou que alguns ambientalistas britânicos alegam que o Brasil não tem condições de cuidar das araras.

A coordenadora rebateu as criticas dos ambientalistas britânicos dizendo que o Ibama coordena um comitê internacional formado por especialistas dedicado a desenvolver estratégias de recuperação das araras-azuis-de-lear.

Segundo a coordenadora, o comitê mantém um biólogo, em tempo integral, na região de Canudos e Jeremoabo, na Bahia, área de ocorrência das araras-azuis-de-lear no Brasil. A cada quatro meses o comitê realiza censos para o controle populacional das araras no sertão. Em São Paulo e no Rio de Janeiro são mantidos dois núcleos de reprodução da espécie em cativeiro. Os núcleos subsidiam pesquisas que visam futuras reintroduções das araras na natureza. Um novo centro de reprodução e quarentenário está em construção na Praia do Forte, através de um convênio do Ibama com a Fundação Garcia D'Ávila.

Para o diretor de Fauna e Recursos Pesqueiros do Ibama, José de Anchieta dos Santos, todos os procedimentos adotados pelo Brasil para a conservação das araras-azuis-de-lear deixam claro que o país tem um programa estabelecido para a recuperação da espécie. Segundo ele, o governo brasileiro espera a cooperação das autoridades estrangeiras, pois a Inglaterra é signatária da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e da Fauna Selvagens Ameaçadas de Extinção CITES. Outros cento e quarenta e três países, incluindo o Brasil, também fazem parte da convenção.

Outros Casos

Em maio do ano passado, o governo de Cingapura devolveu ao Brasil duas outras araras-azuis-de-lear que encontravam-se em situação semelhante naquele país. Apreendidas com um traficante cingapurense, os dois exemplares chegaram intactas.

A França também demonstrou respeito ao patrimônio natural brasileiro ao devolver, em 1996, duas aves brasileiras confiscadas no Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris.

As araras, da espécie anodorhynchus leari, estão ameaçadas de extinção devido principalmente ao comércio ilegal.
 

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