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20/12/2001 - 14h36

2001 foi um ano com altos e baixos na medicina

da France Presse, em Paris

Um transplante de células musculares em um coração humano marcou o começo de 2001 no mundo da medicina, um ano sem grandes proezas, em que continuou a batalha de cientistas e especialistas contra o câncer e a Aids.

A operação, realizada por uma equipe de cardiologistas franceses, aconteceu em outubro de 2000, mas em janeiro de 2001 recebeu o reconhecimento internacional pela revista "The Lancet".

Na luta contra o câncer, cientistas norte-americanos afirmaram que vencerão a luta contra a enfermidade no século 21, embora os medicamentos ainda estejam sendo estudados.

Durante o ano, houve avanço nos tratamentos retrovirais e na fabricação de medicamentos genéricos contra a Aids, vitais para os enfermos dos países em vias de desenvolvimento, como os africanos, que ainda estão longe de chegar a todos os soropositivos.

A Conferência sobre a Aids realizada em Burkina Faso enfatizou especialmente a necessidade de favorecer o acesso aos retrovirais na África subsaariana, região em que vivem 75% dos 40 milhões de pessoas infectadas no mundo inteiro.

Dos 30 milhões de soropositivos africanos, somente 30.000 têm acesso a medicamentos genéricos, que apareceram em 1996 e revolucionaram os tratamentos, convertendo uma enfermidade mortal em um mal crônico, ao menos nos países desenvolvidos.

Por outra parte, no início do ano, foram impostas restrições para o Rohypnol, um sonífero às vezes utilizado pelos estupradores porque provoca passividade e brancos na memória.

Depois, no verão (boreal), o laboratório Bayer retirou seu medicamento contra o colesterol. Esta 'decisão mundial', que provocou pânico entre os enfermos, é criticável, já que a maioria das mortes provocadas por este medicamento ocorreu nos Estados Unidos, o único país onde a dose autorizada era o dobro do que no resto do mundo.

No dia 25 de novembro passado, a empresa norte-americana Advanced Cell Technology (ACT) anunciou a primeira clonagem de embriões humanos. O anúncio, que deu a volta ao mundo, provocou a indignação dos cientistas.

No campo da pesquisa, uma equipe francesa identificou as células-tronco capazes de reconstituir a pele, as glândulas que a lubrificam e os pelos, o que melhorará os transplantes de pele em caso de grandes queimaduras e indiretamente também a autoestima dos carecas.

Além disso, se revelou a composição do genoma humano, embora os cientistas assegurem que não conhecem ainda a função de 40% dos genes e que a pesquisa será longa.

Por outra parte, um simples exame de sangue poderá medir a gravidade da hepatite C e seu tratamento. Esta prova poderá ser utilizada mais tarde nas enfermidades de fígado, como a hepatite B ou o alcoolismo.

Nos Estados Unidos, se realizou o primeiro transplante de um coração artificial autônomo em um enfermo de 59 anos. O coração funcionou bem, mas o paciente morreu 152 dias depois, devido a uma hemorragia abdominal.

No campo dos medicamentos, o ano esteve marcado pela comercialização de um anticoncepcional que se implanta e é eficaz por três anos.

Para aqueles homens que consideravam que os efeitos do viagra não eram imediatos, os laboratórios Abbott e Takeda lançaram na Europa um comprimido que provoca uma ereção em menos de vinte minutos.

Êxito semelhante teve o comprimido contra o envelhecimento, principalmente entre as mulheres, embora seus benefícios ainda não estejam comprovados.

Finalmente, para os fumantes, apareceu o Zyban, um comprimido sem nicotina que ajuda a deixar de fumar.
 

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