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07/01/2002 - 19h36

Brasil perde energia eólica, diz cientista

ANTÔNIO GOIS
da Folha de S.Paulo, no Rio

O Brasil possui potencial de utilização de energia eólica superior ao da Alemanha, mas produz só 1/350 da energia gerada pelos ventos naquele país europeu. A conclusão é de um estudo comparativo feito pelo pesquisador Maurício Tolmasquim, da Coppe-UFRJ (Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro).

O estudo foi apresentado hoje na abertura da Rio 02 - Evento Mundial Sobre Mudanças Climáticas e Energias Renováveis, que prossegue até a próxima quinta-feira na capital fluminense.

Tolmasquim escolheu a Alemanha para fazer a comparação porque o país, ao lado da Espanha e da Dinamarca, é um dos mais avançados do mundo na geração de energia elétrica por meio de turbinas de vento instaladas no alto de torres.

Enquanto a Alemanha tem capacidade instalada de 7.000 MW (megawatts), o Brasil tem apenas 20 MW. A diferença nada tem a ver com o potencial de exploração dessa energia alternativa. De acordo com Tolmasquim, o Brasil, além de possuir um território maior, tem média de velocidade do vento de 7 a 8 metros por segundo, superior à da Alemanha, que é de 5 a 6 metros por segundo.

O pesquisador cita um estudo da Cepel (Centro de Pesquisas de Energia Elétrica da Eletrobrás) que estimou em 143.500 MW o potencial de energia que pode ser gerada pelos ventos no território brasileiro, principalmente no litoral das regiões Sul e Nordeste e em alguns pontos do Centro-Oeste. O potencial é de mais de dez vezes a capacidade de geração de energia da usina hidrelétrica de Itaipu, a maior do Brasil.

Rentabilidade

"A energia eólica pode ainda ser mais cara do que a gerada por hidrelétricas, mas seu custo ambiental é menor. Isso reduz também o custo que o Estado teria com gastos ocasionados por problemas ambientais", afirmou o pesquisador da Coppe.

Segundo ele, a taxa de retorno de uma empresa que invista em energia eólica é de 12% ao ano. "Esse retorno é menor do que o de uma usina hidrelétrica, mas, com financiamento estatal, ela pode se tornar até mais competitiva do que a energia hidrelétrica."

Tolmasquim lembra que o governo federal pretende investir este ano em projetos com capacidade para gerar 1.050 MW de energia eólica. "Esse valor, no entanto, ainda é inferior ao da Alemanha, que, em um ano, conseguiu aumentar em 1.600 MW sua capacidade de geração", disse.

Segundo o estudo de Tolmasquim, o potencial da Alemanha foi alcançado principalmente na década de 90. "Os países que mais investiram ultimamente nesse tipo de energia foram Alemanha, Dinamarca e Espanha", disse.

O secretário de Energia, Indústria Naval e Petróleo do Estado do Rio, Wagner Victer, afirmou que o Estado planeja instalar usinas de energia eólica em seu litoral norte. Segundo Victer, já está sendo produzido um levantamento do potencial da região.

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