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31/01/2002
-
08h33
da Folha Online
As tradicionais imagens dos flagelados pelas enchentes em Bangladesh deverão continuar durante este século. E o chuvoso clima britânico, que tanto repele os turistas, vai piorar, também com risco de cheias nos rios.
Essas conclusões surgiram de dois estudos inéditos sobre as mudanças climáticas, que em vez de se preocuparem com as médias -de temperatura, de chuva-, analisaram a probabilidade dos chamados "eventos extremos", como são as inundações. Os trabalhos estão publicados hoje na revista "Nature".
Invernos chuvosos serão cinco vezes mais prováveis na Europa central e do norte. O mesmo índice se aplica aos verões na região das monções asiáticas (monção é um vento sazonal acompanhado de chuvas pesadas), segundo Tim Palmer, do Centro Europeu para Previsão do Tempo de Médio Prazo, de Reading, Reino Unido, e Jouni Räisänen, do Instituto Meteorológico e Hidrológico Sueco.
Os dois utilizaram dados de 19 diferentes modelos matemáticos sobre o clima, mas procuraram evitar o enfoque "consensual", que valoriza as médias.
Esses modelos numéricos simulam o efeito de mudanças atmosféricas sobre o clima. Um dos principais fatores é a ação do homem, cujas atividades agrícolas e industriais aumentam a concentração de gases que promovem o chamado efeito estufa, ou seja, o aquecimento provocado pelo aprisionamento na atmosfera da radiação solar.
"A probabilidade de ocorrência de um inverno muito úmido no Reino Unido está estimada para aumentar por um fator de cinco nos próximos 50 a 100 anos, devido ao efeito do homem no clima", afirma a dupla.
O grupo de Christopher Milly, do Serviço Geológico dos EUA, mostrou que houve um aumento nas grandes inundações nas maiores bacias fluviais em todo o mundo (no Brasil inclusive) nos últimos cem anos. Atribuem o aumento na frequência de inundações à atividade humana.
Modelos climáticos prevêem mais inundações nos próximos 100 anos
RICARDO BONALUME NETOda Folha Online
As tradicionais imagens dos flagelados pelas enchentes em Bangladesh deverão continuar durante este século. E o chuvoso clima britânico, que tanto repele os turistas, vai piorar, também com risco de cheias nos rios.
Essas conclusões surgiram de dois estudos inéditos sobre as mudanças climáticas, que em vez de se preocuparem com as médias -de temperatura, de chuva-, analisaram a probabilidade dos chamados "eventos extremos", como são as inundações. Os trabalhos estão publicados hoje na revista "Nature".
Invernos chuvosos serão cinco vezes mais prováveis na Europa central e do norte. O mesmo índice se aplica aos verões na região das monções asiáticas (monção é um vento sazonal acompanhado de chuvas pesadas), segundo Tim Palmer, do Centro Europeu para Previsão do Tempo de Médio Prazo, de Reading, Reino Unido, e Jouni Räisänen, do Instituto Meteorológico e Hidrológico Sueco.
Os dois utilizaram dados de 19 diferentes modelos matemáticos sobre o clima, mas procuraram evitar o enfoque "consensual", que valoriza as médias.
Esses modelos numéricos simulam o efeito de mudanças atmosféricas sobre o clima. Um dos principais fatores é a ação do homem, cujas atividades agrícolas e industriais aumentam a concentração de gases que promovem o chamado efeito estufa, ou seja, o aquecimento provocado pelo aprisionamento na atmosfera da radiação solar.
"A probabilidade de ocorrência de um inverno muito úmido no Reino Unido está estimada para aumentar por um fator de cinco nos próximos 50 a 100 anos, devido ao efeito do homem no clima", afirma a dupla.
O grupo de Christopher Milly, do Serviço Geológico dos EUA, mostrou que houve um aumento nas grandes inundações nas maiores bacias fluviais em todo o mundo (no Brasil inclusive) nos últimos cem anos. Atribuem o aumento na frequência de inundações à atividade humana.
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